Promotoria espanhola mantém perseguição à ativista catalã Tamara Carrasco

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A Promotoria espanhola apresentou um recurso ao Tribunal Supremo contra a absolvição da ativista catalã Tamara Carrasco. No dia 6 de outubro do ano passado, uma corte de Barcelona absolveu Tamara após ter sido acusada de “desordens públicas” e “terrorismo”. As acusações contra a ativista têm por base as mobilizações dos CDRs (Comitês de Defesa da República), na Semana Santa de 2018. Tamara era a líder do CDR de Viladecans, e as ações reivindicativas desses comitês tinham por objetivo protestar contra a detenção dos líderes políticos independentistas (um ano e meio depois, esses líderes foram condenados, em conjunto, a 100 anos de prisão).

Tanto a Promotoria espanhola quanto a Guarda Civil acusaram Tamara Carrasco de “organizar atos terroristas” e de “rebelião e sedição”, devido ao fechamento de ruas e levantamento de barreiras de pedágio. Entre o dia da detenção (10 de abril de 2018) e a data de sua absolvição (6 de outubro de 2020), Tamara foi condenada a passar mais de um ano sem sair de seu município, Viladecans. Para a Promotoria e a Guarda Civil, um áudio de Tamara era a “prova” de seu papel nas manifestações dos CDRs. Entretanto, a juíza que absolveu a ativista afirmou que o áudio gravado pela ativista continha apenas “informações sobre as decisões tomadas”, além de ser um áudio “difundido aos seus amigos, não era um áudio público para espalhar instruções”. A Promotoria, porém, era a favor de que Tamara fosse condenada a sete anos de prisão.

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A Promotoria espanhola não desiste, e recorre contra a absolvição

Duas semanas depois da absolvição de Tamara Carrasco, a Promotoria espanhola apresentou um recurso à Audiência de Barcelona contra a sentença que absolveu a ativista. Entretanto, no dia 22 de janeiro deste ano, o recurso apresentado pela Promotoria à Audiência de Barcelona foi desestimado, que confirmou a absolvição de Tamara.

Dez dias antes da confirmação da absolvição de Tamara, outro ativista, chamado Adrià Carrasco, voltou de seu exílio na Bélgica. Adrià também havia participado das mobilizações dos CDRs, e acusado, também, de “atos terroristas, rebelião e sedição”. Porém, o jovem ativista conseguiu escapar, e se exilou em território belga. O retorno ao seu município, Esplugues de Llobregat, foi possível graças ao arquivamento do seu caso por parte da corte de Granollers, já que não foi encontrada nenhuma prova de delito cometido por Adrià.

Nessa quarta-feira, porém, a Promotoria espanhola voltou a ignorar a sentença da Audiência de Barcelona a favor de Tamara, e apresentou novo recurso ao Tribunal Supremo.

Outras acusações e perseguições por parte do Estado espanhol

Os casos de Tamara Carrasco e Adrià Carrasco são apenas alguns que ilustram as acusações e perseguições orquestradas pelo Estado espanhol contra líderes políticos dissidentes, artistas e ativistas. Recentemente, o Aqui Catalunha noticiou que o rapper catalão Pablo Hasél será preso por ter, de acordo com o ponto de vista da Audiência Nacional espanhola, criado letras de canções com “apologias ao terrorismo” e “injúrias à Monarquia espanhola”. Paralelamente, outro rapper, Valtònyc, aguarda sentença da Justiça belga sobre sua extradição para o Estado espanhol. O artista de Mallorca também é acusado de criar canções com “graves insultos à Monarquia”.

Em janeiro deste ano, o ex-conselheiro do Departamento de Cultura do governo catalão, Lluís Puig, teve melhor sorte, já que a Justiça belga denegou sua extradição para a Espanha.

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