Puigdemont denuncia “estratégia de lawfare” do Estado espanhol

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Os exilados catalães ainda convivem com a ameaça de uma nova ordem de detenção europeia. A poucos dias do anúncio das sentenças contra os líderes independentistas catalães, várias são as vozes ligadas ao independentismo que acreditam em uma nova tentativa de detenção dos líderes catalães exilados. Nesse domingo, o ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, denunciou uma “estratégia de guerra jurídica [lawfare] por parte do Estado espanhol” que teria por objetivo “manipular a ordem de detenção”. Em sua conta no Twitter, o 131º presidente da Generalitat de Catalunya escreveu: “A lawfare levada à sua máxima expressão: de rebeldes a terroristas, para tentar manipular, outra vez, o processo da ordem europeia. Voltarão a fracassar, porque nos encontrarão no único caminho que sempre seguimos: o da democracia, do civismo e do pacifismo”.

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Nesse domingo, o portal espanhol Cadena SER publicou informações sobre anotações com supostas confissões de um dos sete independentistas presos na última sexta-feira. Um dos detidos interrogados pelo juiz Manuel García Castellón teria afirmado que, no dia 15 de setembro de 2018, a irmã de Carles Puigdemont teria tido uma “reunião secreta” com alguns dos independentistas enviados à prisão. Sempre segundo as informações divulgadas, o encontro teve por objetivo “a entrega de documentos de elevada importância e estabelecer comunicações seguras entre Carles Puigdemont e o atual presidente da Catalunha, Quim Torra“. Entretanto, fontes próximas ao círculo familiar e de colaboradores do ex-presidente catalão afirmam ao portal de notícias El Nacional que a irmã, no mencionado dia de setembro, “estava no hospital com o seu pai, operado no dia anterior”.

Os encontros entre Quim Torra e Carles Puigdemont, que geralmente contam com a participação de outros membros da plataforma política Junts per Catalunya, não costumam ser secretos. Como informa El Nacional, “as viagens do presidente Torra a Waterloo sofreram ataques constantes dos partidos da oposição, são públicas”. A informação divulgada por Cadena SER foi ironizada pelo deputado basco Jon Iñarritu no Twitter: “Não descarto que essa tenha sido a invenção mais marciana dos últimos dias”.

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Nas edições de 28 de setembro e de hoje, 30, o diário espanhol ABC destacou em sua capa dois supostos planos que o presidente da Catalunha, Quim Torra, teria organizado com os cidadãos independentistas presos. Na edição de sábado, ABC o acusa de “planejar uma ocupação do Parlamento catalão para declarar a independência”. A acusação foi compartilhada pelo diário El Confidencial, mas não pelo El País e El Mundo, outros dois meios de comunicação afins às decisões do governo espanhol no tocante ao independentismo. Já na edição desta segunda-feira, ABC afirma que “Carles Puigdemont enviou sua irmã para a mencionada reunião, e que o presidente Torra teria estado no encontro”. Na capa, pode-se ver nuvens formando o número 155, o Artigo da Constituição espanhola responsável pela suspensão do governo catalão.

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