ERC e Junts per Catalunya mantêm impasse sobre formação do governo catalão

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Três meses após a vitória do bloco independentista, com 52% dos votos, ERC e Junts per Catalunya mantêm impasse sobre a formação do governo catalão. No dia 9 de maio, o partido de Pere Aragonès afirmou que “depois de 83 dias de negociações e a 18 dias de uma possível repetição eleitoral, a melhor maneira de resolver o impasse é governar de forma solitária”. A afirmação foi feita pelo deputado Sergi Sabrià. Ele acredita que governar sem a presença de Junts per Catalunya “é a melhor forma de proteger os 52%”.

Junts per Catalunya mantém vontade de formar coalizão com ERC

Nesta terça-feira, as equipes negociadoras dos dois partidos se reuniram pela primeira vez após o anúncio de Esquerra Republicana de Catalunya. Entretanto, de acordo com as informações divulgadas, a situação de bloqueio permanece, já que ERC se mantém firme em seu propósito de governar de forma solitária (com 33 deputados no Parlamento da Catalunha), enquanto Junts per Catalunya expressa sua vontade de formar um governo de coalizão com ERC.

O principal ponto de divergência entre os dois partidos independentistas é o papel do Conselho pela República Catalã, entidade liderada por Carles Puigdemont (líder de Junts per Catalunya). Para os líderes de ERC, o Conselho pela República quer “tutelar” o governo catalão, que será presidido, caso não haja repetição de eleições, por Pere Aragonès. Entretanto, os membros do Conselho afirmam que o papel da entidade não é “tutelar” o governo da Catalunha, mas sim “organizar uma frente de atuação comum do independentismo catalão” para desafiar o Estado espanhol.

As posições de ERC e Junts per Catalunya se tornaram ainda mais distantes depois de Pere Aragonès garantir, na segunda-feira, que “as futuras conversas com Junts serão para facilitar um acordo de investidura, não para formar um governo de coalizão”. A entrada de Junts no governo no futuro não está descartada: “optamos por começar a investidura sozinhos e, a partir daqui, podemos seguir negociando”, diz ERC.

 

 

 

A porta-voz de Junts per Catalunya no Congresso espanhol, Míriam Nogueras, explicou que “Junts ainda continua à mesa de negociações”. Além disso, pediu que os líderes de ERC sejam “sinceros”, e expliquem o real motivo pelo qual abandonaram as negociações com Junts per Catalunya.

Enquanto isso, ERC negocia com o partido En Comú Podem, embora afirme que as conversas com os Comuns sejam “apenas para concretar pontos programáticos de um possível acordo de investidura”. O partido de Jéssica Albiach, porém, expressa sua vontade de fazer parte do governo de ERC, mas com uma condição: “que Junts per Catalunya não integre o governo posteriormente”.

Vale a pena ler: Jéssica Albiach acusa Junts per Catalunya de ser um partido “à la Donald Trump”

Polêmica em Madrid

No mesmo dia que Pere Aragonès afirmava que seu partido abandonava as negociações com Junts per Catalunya por um governo de coalizão, e que ERC iniciava negociações com En Comú Podem, conversas entre Gabriel Rufián (porta-voz de ERC no Congresso espanhol) e Yolanda Díaz (vice-presidenta do governo espanhol, e vinculada ao grupo nacional que integra En Comú Podem) aumentaram a tensão entre os dois grandes partidos independentistas catalães.

No Twitter, Míriam Nogueras, porta-voz de Junts no Congresso espanhol, criticou ERC por “priorizar a estabilidade do Estado espanhol sacrificando o governo independentista”, e citou uma frase dita por Yolanda Díaz: “Quero agradecer à ERC, começa uma nova etapa”.

A reunião entre Rufián e Díaz teve por objetivo “reforçar o apoio de ERC ao governo de Pedro Sánchez”, e “discutir a questão do indulto aos líderes independentistas catalães e a agenda legislativa em Madrid e na Catalunha”. Yolanda Díaz disse que “era desejo do governo espanhol que ERC integrasse seu projeto de governo”, e que havia “ventos de mudança na Catalunha”.

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