A Federação Internacional de Entidades Catalãs (FIEC) descreveu como “vergonha democrática” a baixa participação do voto estrangeiro nas eleições para o Parlamento da Catalunha de 14 de fevereiro. A entidade emitiu um comunicado depois de o governo catalão ter anunciado que 15.509 solicitações de catalães residentes no exterior foram aceitos.
Isso representa 60% menos do que os aceitos na eleição de 2017 (39.521). Na ocasião, foram processados 39.521 pedidos, um número bem superior aos 15.509 pedidos aceitos agora. Para esta convocatória, havia 255.087 catalães registrados com direito a voto. Quanto ao voto ERTA (voto dos catalães que estejam temporariamente no exterior), apenas 355 pessoas puderam solicitá-lo. Em 2017, foram 2.663 inscrições.
“Tal como havíamos previsto, é a crônica de um desastre anunciado. A participação do voto estrangeiro será desastrosa e muito inferior aos 12% nas eleições para o Parlamento de 2017”, explica a FIEC no comunicado. Assim, o voto dos catalães residentes no exterior será de 6,2%, sofrendo um decréscimo de 60% em relação às últimas eleições catalãs.
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Alemanha, país com mais solicitações
Segundo dados da FIEC, a Alemanha tem 2.882, o país com maior número de pedidos. Em seguida, estão França (2.880), Suíça (1.849), Reino Unido (1.784) e Andorra (1.466). Por outro lado, o continente americano registra números muito baixos: Estados Unidos (889), Argentina (187), Canadá (118), México (112) e Chile (88).
No comunicado, a FIEC afirma que “esperamos que estes dados satisfaçam o Supremo Tribunal de Justiça da Catalunha e todos os políticos que, durante anos, nada fizeram para melhorar esta situação”.
* Originalmente publicado por Exterior.cat, com algumas adaptações explicativas.