ANC acusa o Estado espanhol de “não respeitar o direito à autodeterminação”

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Em meio à polêmica gerada pela carta de Oriol Junqueras, em que classifica a independência catalã unilateral como “indesejável e inviável”, Elisenda Paluzie, presidenta da Assembleia Nacional Catalã (ANC), em entrevista a um programa televisivo, acusou o  Estado espanhol de “não respeitar o direito à autodeterminação”, e que, portanto, as vias deixadas para o independentismo catalão são “aquelas responsáveis pela independência de muitos territórios no mundo“.

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Críticas ao posicionamento “submisso” do presidente da Catalunha

A presidenta da ANC também criticou o presidente da Catalunha, Pere Aragonès. Nessa segunda-feira, o líder catalão participou de um evento organizado para homenagear a trajetória profissional de Javier Godó, editor do jornal La Vanguardia, que pertence ao Grupo Godó. A cerimônia, que contou com a presença do líder do governo espanhol (Pedro Sánchez) e outros políticos e empresários, aconteceu no edifício de Foment del Treball, a principal associação patronal na Catalunha.

A maior parte da imprensa catalã e dos eleitores independentistas desaprovou o comparecimento de Pere Aragonès à cerimônia. De acordo com Elisenda Paluzie, é “incompreensível” que o primeiro encontro entre Pere Aragonès e Pedro Sánchez seja em um lugar como Foment del Treball, “gestor dos interesses espanhóis e que denunciou uma campanha da ANC”. A campanha à que se referiu Elisenda Paluzie era a do Consumo Estratégico. Finalmente, a presidenta descreveu a atitude de Aragonès como uma “submissão” ao Estado espanhol.

Os participantes da cerimônia já estavam a par da mensagem do líder da Esquerra Republicana de Catalunya, Oriol Junqueras. Nesse sentido, o Ministro de Transportes do governo espanhol, José Luis Ábalos, elogiou o “gesto de coragem” de Junqueras, embora tenha recordado, depois, que o Estado espanhol “não negociará nenhum referendo pactado”. A deputada do PSC, Eva Granados, deu “boas-vindas” à “renúncia” da Esquerra Republicana de Catalunya à unilateralidade.

Ainda em relação à autodeterminação, negada pelo governo espanhol, Elisenda Paluzie afirmou que um referendo pactado com a Espanha seria “a via preferida”, mas que isso depende, também, do governo espanhol, que “não respeita o exercício ao direito à autodeterminação”.

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Uma análise política sobre os possíveis indultos aos líderes independentistas catalães

A presidenta da ANC descreveu os possíveis indultos concedidos pelo governo espanhol como “uma boa notícia” para os líderes independentistas. Entretanto, Paluzie adverte que, sob o ponto de vista da análise política, um indulto “continua considerando que um delito foi cometido, e o autor desse delito é perdoado”. Assim, de acordo com a presidenta, “não há nada a ser comemorado” sob uma perspectiva política.

Elisenda Paluzie considera que “a vitória política e judicial” é a que conseguirão quando os tribunais internacionais disserem que o julgamento contra os líderes independentistas catalães “vulnerou direitos fundamentais” e deve ser “anulado”. De todas as formas, Paluzie acredita que as próximas ações do Estado espanhol serão um tipo de “bumerangue”, que dará força ao movimento independentista catalão.

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