Ignacio Garriga, presidente do grupo do partido VOX no Parlamento catalão, afirmou, nesta semana, que a mesa bilateral entre os governos da Catalunha e da Espanha “é, de fato, a mesa da traição”. De acordo com o representante do partido da extrema-direita espanhola, a reunião bilateral entre os governos, realizada no dia 2 de agosto, “deixou de lado os problemas reais dos catalães: insegurança, imigração ilegal, desemprego e milhares de famílias que não conseguem chegar ao fim do mês”. Para Ignacio Garriga, a “única” coisa que há são “delírios”.
Vale a pena ler: Ignacio Garriga: “Péssima gestão, ruína e delírios ideológicos”
“Um novo capítulo da agenda separatista do governo”
O líder do partido VOX na Câmara catalã foi além. Garriga afirmou que as políticas do governo catalão são “totalitárias e empobrecedoras”, e que os próximos passos dos líderes políticos da Catalunha são “um novo capítulo da agenda separatista do governo”.
Mesa bilateral ou mesa de diálogo?
É importante explicar que, a princípio, a mesa bilateral não é a chamada “mesa de diálogo”, previamente marcada para a terceira semana de setembro. A mesa bilateral entre os governos da Catalunha e da Espanha serviu para discutir temas como transferências de administrações e gestão dos fundos europeus contra a COVID.
A “mesa de diálogo”, por sua vez, terá por objetivo buscar soluções que resolvam o conflito político entre Catalunha e Espanha. No mês de julho, o presidente da Catalunha, Pere Aragonès, pediu uma “grande aliança de partidos” para a negociação com o governo espanhol. Da parte catalã, espera-se uma solução que inclua a anistia aos líderes independentistas e um referendo pactado de autodeterminação. Entretanto, da parte do governo espanhol, a anistia e o referendo são temas que “não entrarão em debate”.
Vale a pena ler: Pedro Sánchez: “A democracia espanhola mostrou sua força e capacidade de resolução de conflitos”