Carles Puigdemont explica o que aconteceu após declaração de independência da Catalunha

Com a suspensão da declaração de independência da Catalunha, Carles Puigdemont priorizou via de diálogo com o governo da Espanha

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Em resposta a perguntas feitas por um seguidor no Facebook, o eurodeputado catalão Carles Puigdemont explicou o que aconteceu após declaração de independência da Catalunha, que foi suspensa.

Ontem, 27 de outubro, a declaração unilateral de independência da Catalunha cumpriu 4 anos. Em nosso portal, explicamos os detalhes do texto lido no Parlamento catalão, e alguns dos fatos mais marcantes na política catalã de 2017 até este ano.

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Preferência pela via do diálogo com o governo da Espanha

O seguidor, chamado Jordi, perguntou a Carles Puigdemont sobre o que aconteceu em 8 segundos (não em 8 minutos, conforme escrito por engano na pergunta). Mais especificamente, o seguidor se referiu à imediata suspensão da declaração de independência feita pelo ex-presidente da Catalunha, em 10 de outubro de 2017.

De acordo com Puigdemont, que iniciou seu comentário dizendo que “respondeu essa e outras perguntas mais de 1000 vezes, e explicou em dois livros” (escritos com o jornalista catalão Xevi Xirgo, diretor do portal de notícias El Punt Avui), houve uma “preferência pelo diálogo com o Estado espanhol”, algo “solicitado pelas instâncias internacionais”.

Puigdemont justificou essa decisão com base na “responsabilidade presidencial”, e “contra os seus desejos pessoais”. Por um lado, Puigdemont reconheceu que, “naquele momento, foi uma decisão acertada”. Porém, o atual eurodeputado reconheceu que “foi um erro confiar” (em referência ao diálogo com o Estado espanhol solicitado por representantes internacionais, entre eles Donald Tusk, que era, naquele ano, presidente do Conselho Europeu. Donald Tusk rogou que Carles Puigdemont priorizasse o diálogo com o governo da Espanha, e não levasse a declaração de independência da Catalunha à frente. Para Tusk, a declaração unilateral de independência “impossibilitaria qualquer via de diálogo com o governo espanhol”.

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“Há muitos catalães, inclusive independentistas, que sempre terão muito carinho pela Espanha”

Em resposta à pergunta sobre a não retirada da bandeira espanhola da sede do governo da Catalunha, após a declaração de independência, Carles Puigdemont disse que “não se pode fazer às coisas à la Espanha”. Para Puigdemont, “a República Catalã não tem a ver com bandeiras, mas sim com liberdades”. Nesse sentido, o ex-presidente disse que “abaixar a bandeira espanhola seria um ato de provocação”.

Carles Puigdemont também quis enfatizar seu “respeito” pelos cidadãos que não apoiam a independência catalã, e detalhou: “Há muitos catalães, inclusive independentistas, que sempre terão muito carinho pela Espanha, e isso deve ser respeitado e reconhecido”. Assim, Puigdemont defendeu que “a Catalunha não está em um processo de independência para construir uma mini-Espanha”.

Puigdemont afirma que “conseguiu-se muita coisa” na Europa

O ex-presidente catalão, considerado por uns como um “exilado político” e considerado por outros como um “fugitivo da justiça espanhola”, argumentou que “conseguiu-se muita coisa” fora da Espanha. Puigdemont disse que a comunidade internacional conhece “muito mais” sobre o conflito político entre Catalunha e Espanha. Para o líder catalão, as vitórias dos ex-membros do governo catalão que, hoje, residem em diferentes países da Europa, “desmascaram” a Espanha desde os pontos de vista político e jurídico. De fato, tanto Bélgica quanto Alemanha, Escócia e Itália, por meio de seus tribunais, recusaram extraditar os políticos catalães para a Espanha.

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Ao fim da resposta, Puigdemont disse que os êxitos contra as ordens europeias de detenção por parte da justiça espanhola serão “determinantes” em um futuro “muito próximo”. Ele garantiu, também, que, “em 4 anos, o caminho para a República Catalã foi inexoravelmente pavimentado”, e prometeu “seguir lutando”.

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