O atual Presidente interino do governo catalão, Pere Aragonès, candidato à Presidência pela Esquerra Republicana de Catalunya (ERC), foi duramente criticado por sua proposta de formação de governo. De acordo com Aragonès, “se ERC ganhar as eleições, proporá formar um governo com Junts per Catalunya, PDeCAT, CUP e En Comú Podem“. Entretanto, com exceção do partido da candidata Laura Borràs, os demais ignoraram a oferta do candidato republicano.
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A candidata pela coligação En Comú Podem, Jèssica Albiach, disse que “não estará em nenhum governo com Junts per Catalunya ou PDeCAT”. Explicou o rechaço à oferta assim: “100 vezes vocês vão propor, e 100 vezes diremos que não. É surreal que, depois de anos de discussões e bloqueios, insistam em repetir os erros. A Catalunha precisa de um governo de esquerda, e o faremos possível“. Em resposta à Jèssica Albiach, o candidato de ERC pediu “senso de país e generosidade“, defendendo que “a reconstrução econômico-social e a solução ao conflito político andam lado a lado“.
Para Dolors Sabater, candidata pelo Candidatura d’Unitat Popular (CUP), “é preciso falar de projetos”. Sabater perguntou, em seu Twitter: “Um governo para fazer o quê? A mesma coisa? Não, obrigada, já chega. Viemos para assumir responsabilidades e ganhar um novo ciclo de confrontação democrática, e para que as pessoas vivam melhor“. Como tréplica, Aragonès escreveu: “Diante dos desafios de autêntica transformação que temos hoje, caberá responsabilidade parlamentar e amplo entendimento entre os que defendemos a autodeterminação. Cabe a nós sermos parte do impulso republicano“.
Àngels Chacón, presidenciável pelo Partit Demòcrata Europeu Català (PDeCAT), disse que “o governo não pode seguir nas mãos da CUP“, e que “reeditar o tripartido que levou a Catalunha à ruína porá em risco a recuperação econômica e social que o país necessita“. Finalmente, Chacón afirmou que “PDeCAT tem a chave do governo, e governará a partir da centralidade“. Em resposta à opinião de Chacón, Pere Aragonès reivindicou que “o movimento independentista é ambicioso, transformador e claramente plural“. Para ele, “a recuperação econômica e a autodeterminação somente serão possíveis com alianças e pontos de encontro“.