As rosas de Sant Jordi na Catalunha

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As rosas de Sant Jordi na Catalunha são mais que um presente típico do 23 de abril catalão. Elas carregam uma história associada a costumes e, logicamente, à lenda do nobre cavaleiro. Nesta segunda publicação do portal Aqui Catalunha dedicada a Sant Jordi, veremos como as rosas passaram a fazer parte da cultura festiva catalã.

Relembramos aos nossos leitores que, nesta sexta-feira, dia de São Jorge, a Associação Cultural Catalonia organiza um evento via Zoom, em que alunos dos cursos de catalão da entidade apresentarão trabalhos sobre Sant Jordi. Para mais informações, leia esta publicação. Além disso, convidamos os nossos leitores a prestigiarem o evento literário organizado pela Delegação do Governo da Catalunha em Portugal.

Vale a pena ler: Lenda e tradições de Sant Jordi na Catalunha

Pétalas de rosas na Catalunha medieval

Por que os catalães oferecem rosas no dia de Sant Jordi? Não existe uma data precisa que indique a origem dessa tradição, mas sim eventos próprios de alguns séculos. De acordo com as explicações históricas (consulte as referências ao fim desta publicação), o costume de dar rosas no dia de Sant Jordi na Catalunha existia desde o século XIV (vale a pena lembrar que foi no século XV, mais especificamente em 1456, que Sant Jordi foi nomeado padroeiro da Catalunha).

No século XIV, já eram conhecidas as celebrações organizadas pela Generalitat de Catalunya em homenagem ao Santo Guerreiro. No século seguinte, já com a construção da Capela de Sant Jordi (situada no próprio Palau de la Generalitat, e construída em 1434 pelo arquiteto catalão Marc Safont), eram realizadas missas em homenagem ao santo. Após aquelas missas, os nobres iam ao bairro de Born (distrito de Ciutat Vella, Barcelona) para participar das justas, que eram os torneios entre cavaleiros, com armaduras e cavalos. O prêmio concedido aos cavaleiros vencedores era um ramo de rosas.

Entretanto, o romantismo em torno ao ato de presentear rosas era visto nos arredores e interior da sede do governo catalão. Na parte exterior do Palau de la Generalitat, ficavam os vendedores de rosas e, no interior do edifício, mais especificamente no Pati dels Tarongers, era organizada uma feira, um mercado de rosas e cravos. Esse espaço costumava ser frequentado pelos casais de namorados e noivos e, por isso, ficou conhecido como Feira dos Apaixonados, em que os rapazes presenteavam as moças com uma rosa ou cravo, a fim de simbolizarem a união amorosa.

Outras curiosidades sobre as rosas de Sant Jordi

As informações apresentadas até agora são apenas uma parte da rica história catalã. Ao longo do processo de produção deste texto, encontramos outras curiosidades sobre as rosas de Sant Jordi:

Novamente, as origens do ato de oferecer rosas e outras flores

Presentear ou premiar alguém com rosas e outras flores é um fato com séculos de existência. Neste texto, nos concentramos nas rosas do dia de Sant Jordi, especificamente no período em que elas começaram a ganhar espaço na data de homenagem ao Santo Guerreiro, nos séculos XIV e XV. Porém, vale a pena saber que, no século XIV, havia um evento chamado Jocs Florals, que não tinha a ver com homenagens a Sant Jordi.

Os Jogos Florais são um concurso literário instituído no ano de 1323, a partir da fundação da Sobregaya Companhia dels Set Trobadors, no território de Toulouse. Essa instituição fundada tinha por objetivo o resgate da poesia trovadoresca e da língua poética na língua occitana (a título de curiosidade, a língua occitana é a falada na comarca catalã de Vall d’Aran, na vegueria de Alt Pirineu; nessa comarca, o occitano é conhecido como aranês).

Esse evento literário tem o nome “Florais” porque é inspirado em celebrações realizadas em Roma que homenageavam a deusa Flora. O prêmio concedido ao melhor poeta era uma “violeta de fino ouro” (o nome original, em língua occitana, é – violeta de fin aur -).

O significado do nome Jordi

Antes de desenvolvermos este tópico, deixamos claro aos leitores que o conteúdo apresentado neste parágrafo é um conjunto de inferências baseadas nas referências bibliográficas utilizadas. O nome Jordi tem origem grega, e significa “aquele que trabalha a terra”. Não sabemos o que levou o folclorista catalão Joan Amades, em seu livro Costumari català, a imaginar gotas de sangue do dragão na terra se transformando em rosas vermelhas, e uma delas foi oferecida pelo cavaleiro Jordi à princesa de Montblanc. Entretanto, é interessante fazer uma livre associação entre a imaginação de Joan Amades com o significado do nome Jordi.

Além disso, a terra é um elemento bem presente na cultura catalã. Basta recordarmos, por exemplo, o título do hino da Catalunha: Els Segadors (em português, os ceifadores, aqueles que trabalham com a ceifa, com a colheita). Na letra, há um trecho assim: “Bon cop de falç, defensors de la terra” (Bom golpe de foice, defensores da terra). Aqui, podemos entender a palavra “terra” como a própria Catalunha ou como o local de ofício daqueles ceifadores.

Referências utilizadas:

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