A condenação a 100 anos de prisão do conjunto dos líderes independentistas catalães foi um dos principais temas desta segunda-feira. Líderes políticos europeus mostraram seu “desacordo” com situação política na Catalunha. Em comum, se “solidarizaram” com os líderes independentistas catalães presos. Ao longo do ano, diversas lideranças políticas internacionais se posicionaram contra as ações espanholas em relação ao movimento independentista catalão.
Lista de opiniões internacionais
O que disseram os líderes políticos europeus nesta segunda-feira?
Ian Blackford, líder do Partido Nacional Escocês, se pronunciou desta forma no Parlamento britânico: “Estou certo de que estão cientes das notícias que chegam da Espanha hoje. Que um número de políticos catalães que batalharam pela autodeterminação, incluída a ex-presidenta do Parlamento, foram presos. Senhor presidente do Parlamento, os políticos daqui e de todo o mundo têm o direito de debater sobre a autodeterminação. E estou orgulhoso de dizer que a conferência nacional do SNP [Scottish National Party – Partido Nacional Escocês] aprovou uma moção em solidariedade com os nossos amigos da Catalunha. Senhor presidente, continuamos com os catalães presos no exercício do direito à autodeterminação”.
A Primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, também se mostrou severamente crítica em relação à prisão dos líderes catalães: “Esses políticos foram presos por terem buscado uma maneira que permitisse o povo da Catalunha votar pacificamente pelo seu futuro. Qualquer sistema político que leva a um resultado tão terrível precisa de uma mudança urgente. Meus pensamentos e solidariedade estão com eles e suas famílias”. Na Irlanda, a líder do partido Sinn Féin, Mary Lou McDonald, afirmou que “o que aconteceu hoje é um ataque à democracia, e deve ser condenado por todos os democratas”.
De acordo com Ska Keller, deputada alemã no Parlamento Europeu que já se pronunciou sobre as ações espanholas contra o independentismo catalão, “a sentença é desproporcional”. Além disso, Keller acredita que “somente agravará o conflito político” e que “é preciso uma solução política, e a prisão de dirigentes políticos não soluciona”. Já o grupo parlamentar Aliança Livre Europeia opina que “a criminalização de um direito fundamental como o direito à autodeterminação somente servirá para deteriorar a difícil relação entre Catalunha e o Estado espanhol”. O grupo político também afirmou que “organizar um referendo e deixar que as pessoas votem não podem ser delito algum em uma democracia”, e que “na Catalunha, existe uma ampla maioria social a favor do exercício do direito à autodeterminação, de um referendo de independência”.
Na Grécia, Yanis Varoufakis, ex-ministro de Finanças do governo nacional, evitou se pronunciar sobre a independência da Catalunha, mas foi veemente em sua crítica à prisão dos líderes catalães: “Temos que reagir contra a sentença a políticos condenados a vários anos de prisão, no coração da Europa, por terem cumprido uma agenda política apoiada pelos cidadãos”.