Governo espanhol quer vetar certos debates no Parlamento catalão

Mais publicações

A cada vez menos dias para o anúncio da sentença contra os líderes independentistas catalães, a porta-voz do governo espanhol, Isabel Celaá, comunicou nesta sexta-feira que levarão para o Tribunal Constitucional (TC) uma resolução aprovada pelo Parlamento catalão no dia 25 de julho. Na data, a Câmara catalã ratificou o direito à autodeterminação e a reprovação à monarquia espanhola. Para Celaá, o objetivo é que o TC “anule e suspenda de maneira imediata os pontos citados na resolução”, pois “vão contra diversas sentenças do TC”. Além disso, a porta-voz afirmou que “tanto o presidente do Parlamento, o secretário da Câmara e todos os membros da mesa têm a obrigação moral de acatar as sentenças do Tribunal Constitucional”. A desobediência “incorrerá em responsabilidade de natureza jurídica e penal”.

Em menos de um mês, Isabel Celaá fez declarações contra a autodeterminação e mandou um aviso ao governo da Catalunha. No dia 11 de setembro, a porta-voz disse que o direito à autodeterminação não existe, respondendo, assim, ao que disse Quim Torra na véspera da Diada Nacional de Catalunya, quando convidou os catalães ao exercício desse direito. Já no dia 27 de setembro, Celaà ameaçou a Generalitat de Catalunya com uma nova destituição, e não duvidou em dizer que “utilizarão a via constitucional para defender os valores que sejam ameaçados”. Suas palavras ameaçadoras foram compartilhadas, dois dias depois, pelo líder interino do governo da Espanha, Pedro Sánchez, que exigiu do presidente catalão uma “condenação aos atos de violência”. Quim Torra, porém, defendeu o pacifismo do movimento independentista, considerado por grande parte da imprensa espanhola como “terrorista”.

Na próxima segunda-feira, o Parlamento da Catalunha debaterá e votará a moção de censura solicitada pelo grupo parlamentar de Ciudadanos. A moção, porém, não deverá ter êxito, pois são necessários 68 votos a favor. Esse número corresponde à maioria absoluta na Câmara catalã, e exatamente à quantidade de parlamentares dos três grupos independentistas (JxCat, ERC e CUP).

CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Cadastre-se para receber as novidades do Aqui Catalunha

- Publicidade -

Notícias recentes no portal

- Publicidade -