A concessão dos indultos aos líderes independentistas causou grande rechaço tanto no movimento independentista catalão quanto nos partidos da direita e extrema-direita espanhola. Hoje, no fechamento de um curso sobre liderança, em Madrid, o ex-presidente espanhol José María Aznar, do Partido Popular, ameaçou bispos e empresários por apoio aos indultos concedidos pelo governo do socialista Pedro Sánchez.
Para o ex-líder do governo da Espanha, o que os empresários disseram no Círculo de Economia e os bispos da Conferência Episcopal de Tarragona opinaram sobre os indultos “é para anotar, guardar na cabeça e não esquecer“. Os indultos, de acordo com esses empresários e bispos, são uma ferramenta “útil” e “essencial” para a “recuperação da boa convivência” entre as sociedades catalã e espanhola.
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“Os espanhóis estão cansados de ser humilhados”
José María Aznar não se limitou apenas a ameaçar os empresários e bispos que apoiaram os indultos. O ex-presidente espanhol lamentou que “os espanhóis estão cansados de ser humilhados”, e que “não estão dispostos a continuar assim”.
As palavras do membro do Partido Popular foram dirigidas ao atual governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez. Aznar disse que o presidente socialista “chegou ao poder graças ao apoio de separatistas e ex-terroristas”, em referência ao partido Esquerra Republicana de Catalunya e à coligação basca Euskal Herria Bildu.
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Além disso, o ex-presidente espanhol afirmou que “o governo de Pedro Sánchez está arruinando a imagem da Espanha na Europa“, e que os indultados “deveriam continuar na prisão“, já que foram responsáveis por um “golpe de Estado”. O “golpe de Estado” mencionado por José María Aznar foi a convocação unilateral do referendo de autodeterminação na Catalunha, em 2017. As ações espanholas contra o independentismo catalão, entretanto, foram questionadas no Conselho da Europa, nesta semana.
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