Carles Puigdemont faz chamado à mobilização “sem medo” na Catalunha

Mais publicações

Após o anúncio da sentença contra os líderes políticos e civis catalães, condenados, em conjunto, a 100 anos de prisão, Carles Puigdemont analisou o resultado em uma coletiva de imprensa na delegação do governo da Catalunha em Bruxelas. O ex-presidente catalão e eurodeputado (cargo que ainda não pôde exercer) fez um chamado à “mobilização sem medo contra a estratégia de repressão e vingança por parte do Estado espanhol”, e definiu a condenação aos líderes catalães como “uma condenação a mais de dois milhões de cidadãos”.

Notícia relacionada: 100 anos de prisão para líderes independentistas da Catalunha

Mais do que nunca, mobilização massiva

Acompanhado por Toni Comín, Meritxell Serret e Lluís Puig, Carles Puigdemont defendeu a liberdade que têm os cidadãos de escolherem seu futuro: “Colocar urnas nunca será, para nós, um ato delitivo. Apesar das condenações injustas e, consequentemente, desumanas, nada nos afastará de nossas convicções”. E prosseguiu: “Hoje, fica mais reforçada do que nunca a necessidade de viver em um país verdadeiramente livre, onde a base da liberdade seja a vontade de seus cidadãos. Onde haja separação de poderes, e o chefe de Estado seja escolhido pelos cidadãos, e ninguém tema pelos seus direitos e liberdades. Sem medo, sem que te vigiem, sem que te controlem, sem que te espiem ou te ameacem”.

Carles Puigdemont também comentou sobre os integrantes de seu governo que deveriam, hoje, estar exercendo seus cargos: Junqueras deveria estar em Bruxelas, nas audiências com os comissários europeus; Josep Rull, Jordi Turull e Jordi Sànchez, exercendo seus cargos como deputados; Raül Romeva, como senador dessa ‘efêmera legislatura espanhola’; e Quim Forn, a serviço de sua amada Barcelona”.

Editorial: Como entender o novo e decisivo ciclo na história da Catalunha?

‘Devemos nos mobilizar sem medo’

Em relação aos próximos passos do independentismo catalão, Puigdemont prevê “a abertura de um novo tempo em que o exercício de direitos e liberdades será duramente restringido”. O líder catalão também advertiu que “levar para juízes o que é de competência do governo terá consequências para a sociedade, independentista ou não”. Além disso, afirmou que “não podemos nos resignar a um ‘status quo’ regressivo, nem como catalães e nem como europeus”. Para o ex-presidente catalão e eurodeputado, “é preciso que os catalães se mobilizem e tenham a voz ouvida, de muitas maneiras, mas sempre democráticas e pacíficas, como sempre”, encorajou.

Sobre as eleições espanholas de 10 de novembro, Puigdemont insistiu na necessidade de que a resposta seja “massiva e sonora, com dignidade e firmeza”. E completou: “Nada lhes espanta mais do que a vontade popular. Temem a nossa resposta nas urnas e, portanto, respondamos com mais força do que nunca. Que saibam que não aceitamos a sua receita baseada em repressão, prisão e condenação”.

Puigdemont também dedicou umas palavras à comunidade política europeia. O líder catalão disse que “a Europa que se cala perante as atrocidades turcas contra os curdos é a mesma Europa que se calou covardemente quando a polícia de um Estado-membro agrediu, com extrema violência, um povo que tinha saído para votar. A mesma Europa que dança ao som do que ordena o Estado espanhol, e impede que mais de dois milhões de cidadãos estejam no Parlamento Europeu para denunciar as injustiças como essas que vivemos hoje”.

Finalmente, Carles Puigdemont deixou uma mensagem de encorajamento: “Depende de nós. Vamos nos empoderar, nos juntar, tomar a iniciativa e nos manter firmes. Agora que sabemos que o Estado espanhol nem dialoga e nem faz justiça, demonstremos que há uma via catalã que reforça tudo aquilo ameaçado pelo autoritarismo. Hoje, mais do que nunca, viva a Catalunha e viva a República Catalã”.

CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Cadastre-se para receber as novidades do Aqui Catalunha

- Publicidade -

Notícias recentes no portal

- Publicidade -