Presidente do Parlamento da Catalunha é alvo de espionagem

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Os portais de notícia The Guardian e El País, nessa segunda-feira, revelaram detalhes sobre o ataque ao celular do presidente do Parlamento da Catalunha, Roger Torrent, que foi alvo de espionagem. O ato teria acontecido entre abril e maio de 2019, e teria por objetivo “espionar as mensagens e ligações feitas no WhatsApp“. De acordo com os detalhes revelados, a invasão foi possível graças a um software chamado Pegasus, fabricado pela empresa NSO Group, de Israel. Esse software pode ser comprado apenas por governos estatais e forças de segurança de combate ao crime e a atos terroristas.

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Quem está por trás da espionagem contra Roger Torrent?

Conforme o esperado, a empresa fabricante do programa de espionagem não revelou informações sobre quem pode estar por trás do escândalo: “Por uma questão de confidencialidade, não podemos dizer quais governos utilizam o nosso software“, conforme relata El País. Entretanto, a NSO Group teria garantido que “iniciaria uma investigação para saber se houve uso mal-intencionado do software“.

Apesar de não haver uma certeza sobre quem está por trás da espionagem contra Roger Torrent, o presidente do Parlamento catalão comentou ao The Guardian o seguinte: “Me parece imoral que toneladas de dinheiro público sejam gastos na compra de softwares que podem ser usados como ferramenta de perseguição à dissidência política”. Além disso, Torrent disse que “lhe parece claro que o Estado espanhol está por trás, e que tudo ocorreu sem nenhuma autorização judicial“.

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Roger Torrent também relatou ao jornal inglês que “notou coisas estranhas em seu WhatsApp”, como o “desaparecimento de mensagens“, algo que “não ocorria com nenhum conhecido seu”. Esse desaparecimento é uma das ações do software Pegasus. Esse programa de espionagem permite escutar conversas, ler mensagens, acessar o disco rígido, fazer capturas de tela, verificar o histórico de navegação, e ativar, por controle remoto, a câmara e o microfone do aparelho em que estiver instalado.

O que dizem o Ministério do Interior, a polícia e a guarda civil espanhola?

El País e The Guardian tentaram entrar em contato com membros dessas três instituições, mas não obtiveram resposta. No entanto, o CNI espanhol (Centro Nacional de Inteligencia), por meio de um porta-voz, afirmou que “sempre atua (em referência ao CNI) seguindo o ordenamento jurídico e com absoluto respeito à legalidade vigente”. Um representante do Executivo do governo espanhol também comentou sobre o caso: “Não nos consta que o presidente do Parlamento da Catalunha tenha sido alvo de hackeamento”, e afirmou que “todas as intervenções são feitas com ordem judicial”.

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