Crida Nacional, novo movimento político e independentista na Catalunha

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    Nesse sábado, 27 de outubro, foi fundada a Crida Nacional per la República, movimento político impulsionado por Carles Puigdemont, Quim Torra e Jordi Sànchez. A nova organização estará estruturada em três partes: Governo, Assembleia Nacional e Conselho de Representantes. A Crida Nacional, porém, não deverá se constituir como partido político. De acordo com os impulsores da nova plataforma política catalã, a Crida Nacional aposta por um “referendo acordado com o Estado espanhol, sem renunciar a nenhuma via pacífica para a instauração da República Catalã (entende-se que a unilateralidade seja uma dessas vias).

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    Um movimento transversal, aberto ao diálogo e sem renúncias

    A Crida Nacional aposta pelo diálogo e, caso não haja avanços ou negociação, não renunciará a nenhuma via pacífica para a efetivação da República

    Os organizadores da Crida Nacional explicam que a nova plataforma é “transversal“, com diferentes correntes ideológicas internas, e com o compromisso de se dissolver uma vez efetivada a República Catalã. Os fundadores do movimento garantem que haverá compatibilidade entre a Crida Nacional e demais entidades, associações e organizações políticas.

    O principal objetivo da Crida Nacional per la República é o estabelecimento de diálogo com o governo espanhol, porém, caso não haja vontade da parte do Estado espanhol em dialogar, ou não haja acordos significativos, a Crida não renunciará a “nenhuma via pacífica” para o exercício da soberania quando as condições sociais e políticas permitirem. De acordo com o texto escrito por Jordi Sànchez, “qualquer caminho que responda aos princípios da não violência e a um mandato democrático expresso de forma majoritária nas urnas legitima o exercício à liberdade que todos os povos têm“. Além disso, a Crida trabalhará  pela promoção da unidade de ação estratégica do independentismo.

    Os três órgãos da Crida Nacional

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    Crida Nacional per la República, movimento impulsionado por Carles Puigdemont (painel), Quim Torra e Jordi Sànchez

    A Assembleia Nacional da Crida será o órgão máximo. Decidirá, por exemplo, os membros do Governo e do Conselho de Representantes, decidindo, portanto, a ação política do Governo. O Conselho de Representantes terá doze membros de cada uma das seguintes correntes internas: liberal, social-democrata e de esquerda) , e terá funções semelhantes as de um parlamento. Será composto pelos três impulsores da plataforma (Puigdemont, Torra e Sànchez), membros do Governo da Crida (formado por um presidente, um secretário geral e 19 outros membros), e representantes territoriais, setoriais e de natureza ideológica. Finalmente, o Governo da Crida será o responsável pela execução da estratégia política definida pela Assembleia.

    A Crida Nacional per la República conta com 10 mil pessoas inscritas como fundadoras do movimento. São consideradas fundadoras aquelas que fizeram uma doação de 10 euros ou mais para a fundação da plataforma. Essa doação lhes dá direito à participação com voto no congresso constituinte, que será realizado em 19 de janeiro de 2019. Vale a pena lembrar, porém, que o número de pessoas que aderiram ao manifesto fundacional da Crida ultrapassa passa de 50 mil, e quem ainda não fez uma doação, poderá fazê-la até o dia do congresso.

    Críticas à falta de união entre os partidos independentistas

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    Unidade do independentismo, um dos objetivos da Crida Nacional

    No evento de fundação da Crida Nacional, houve uma forte crítica à falta de unidade entre os partidos independentistas. De acordo com a Crida, “a desconfiança e falta de unidade foram responsáveis por decisões estratégicas falhas”. A Crida argumenta, entretanto, que não é seu objetivo “uniformizar ou anular a personalidade dos partidos”, mas sim “gerar uma confluência conjuntural”, que deverá ser decisiva nas próximas eleições municipais, em 2019. Além disso, os impulsores da Crida propõem que o Conselho da República, com Carles Puigdemont à frente, lidere a internacionalização da causa independentista catalã.

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