De acordo com a revista norte-americana Time, Carles Puigdemont é um dos candidatos com mais chances de ganhar o prêmio Nobel da Paz, que será concedido nesta sexta-feira, em Oslo (capital da Noruega). O prêmio é um reconhecimento a uma pessoa ou grupo que mais tenha contribuído para o avanço da paz mundial.
Carles Puigdemont, líder de um movimento democrático e pacífico
Assim é a descrição que a revista Time faz sobre o 130º presidente da Catalunha: “A principal figura do referendo não oficial pela independência catalã de outubro passado tem estado vivendo exilado na Bélgica desde que deixou o país [Espanha] para evitar que as autoridades espanholas o prendessem. A votação provocou uma repressão por parte da Espanha, que congelou as esperanças da Catalunha de ser independente.”
Em 9 de junho de 2017, Carles Puigdemont anunciou a convocação do referendo de autodeterminação catalã. A pergunta respondida na votação foi: “Quer que a Catalunha seja um Estado independente em forma de República?“. A autodeterminação é um direito previsto na Carta das Nações Unidas, entretanto, segundo as autoridades do Estado espanhol, sua realização foi ilegal. Mais de 2.2 milhões de cidadãos votaram a favor da independência da Catalunha. Uma das formas de repressão foi a violência policial, que deixou mais de mil feridos. Em todos os momentos, Puigdemont pediu à população catalã que mantivesse o comportamento pacífico durante as manifestações contra as prisões de ativistas sociais e líderes políticos envolvidos na realização do referendo. Duas das manifestações mais multitudinárias que ocorreram durante os últimos doze meses aconteceram, respectivamente, em 11 de setembro (Diada Nacional de Catalunya, o dia nacional catalão), que congregou mais de um milhão de pessoas pela Avinguda Diagonal (em Barcelona), e no dia 1º de outubro. Em ambas datas, o povo catalão exigiu, pacificamente, que o resultado do referendo fosse concretizado: implementação da República Catalã. As manifestações em defesa da independência e da democracia ocorridas na Catalunha têm sido uma das mais potentes que a Europa já presenciou.
Atualmente, Puigdemont tem participado de conferências e debates em diferentes países da Europa a fim de explicar a atualidade do conflito político entre Catalunha e Espanha.