Gastronomia da Catalunha: conheçam a ‘calçotada’

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Já esteve em uma calçotada? Aliás, o que é uma calçotada? As calçotadas são eventos muito típicos e comuns na Catalunha, durante o qual familiares, amigos ou outros se reúnem e comem diversos pratos de comida feitos no grill. Assim dito, não parece ser nada diferente de um típico churrasco brasileiro, mas possui um elemento que os diferencia e também dá nome ao evento: os calçots.

Os calçots ou ceballots são uma variedade da cebolinha. Se diz que a prática de comer calçots dessa maneira nasceu em Valls, no Alt Camp catalão, no século XIX, quando o camponês Xat de Benaiges, por casualidade, deixou um par de cebolinhas no fogo. Desde então, passou a ser um prato muito consumido, já no século XIX, em Valls.

Os calçots são comumente consumidos durante as calçotades, embora possa haver também outras comidas: botifarres, uma espécie de linguiça e mongetes, ou seja, feijão, ou outros tipos de carnes. Se fazem no grill, da mesma maneira que Xat de Benaiges os colocou no século XIX, e se temperam, para depois serem comidos com um molho chamado salsa salvitxada. A maneira de comer calçots também não deixa de ser peculiar, pois são introduzidos inteiros na boca. A parte branca comestível dos calçots pode medir entre 15 e 25 centímetros.

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Além de um prato delicioso, os calçots têm boas propriedades alimentícias. Atribuem-se a eles propriedades tonificantes, diuréticas, digestivas e inclusive afrodisíacas. Mais recentemente se descobriu que também possuem compostos anticancerígenos.

Há vários eventos culturais e festivos em torno dos calçots. Por exemplo, existe a festa do calçot de Valls, celebrada no último domingo do mês de janeiro, e que tem mais de 120 anos de tradição. Nela celebram-se três competições: a competição de cultivadores de calçots, a competição do molho da calçotada e a competição de comer de calçots. Nessa última, existe o recorde do campeão Adrià Werzyn, quem, em 2018, conseguiu comer 310 calçots (ou seja, 5,8 quilos de cebolinha) em 45 minutos. O mais curioso é que seu pai ficou em segundo lugar na competição.

Além de um elemento cultural e gastronômico, os calçots formam parte da economia catalã. Todo ano se colhem perto de 55 milhões de calçots, 10% dos quais têm a etiqueta de denominação de origem da IGP (Indicação Geográfica Protegida) “Calçot de Valls”, criada em 1995 pela Generalitat de Catalunya. Essa produção toda tem repercussões econômicas importantes, sobretudo para as quatro comarcas produtoras mais importantes: o Tarragonés, o Baix Camp, o Alt Camp (de onde é originário) e o Baix Penedés. Contudo, o aporte econômico maior em torno do calçot vem da gastronomia, pois visitantes de toda Catalunha e inclusive de fora do estado Espanhol viajam até uma das comarcas produtoras, em especial o Alt Camp para degustar esse prato tão típico.

Texto escrito pelo professor Carles, do canal Cataversum

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