Em carta escrita ao portal El Punt Avui, a ex-presidente do Parlamento da Catalunha, Carme Forcadell, denunciou a “farsa” do julgamento aos líderes independentistas, citando Mariano Rajoy, ex-líder do governo espanhol. De acordo com Forcadell, “fica cada vez mais evidente que esta é uma causa artificial e sem fundamento jurídico, que foi construído unicamente para castigar um projeto político, uma ideologia”. No artigo, ela também destaca o fato de as acusações “não estarem conseguindo provar os delitos de que são acusados os líderes catalães”, e “a linguagem jurídica barroca”.
Forcadell insiste em que “uma manifestação não é rebelião, um protesto não é tumulto, e que votar e opinar não são delitos”. O que é delito, segundo a mensagem da ex-presidente do Parlamento catalão, são “os episódios de amnésia transitória daqueles que orquestraram a repressão, e a construção de verdades paralelas, como a formação de muros humanos e os ataques com embalagens de Fairy“.
Em relação aos “episódios de amnésia”, Forcadell citou Mariano Rajoy. A ex-presidente do Parlament de Catalunya disse ser “chocante” o fato de “o máximo responsável do governo à época somente responder de forma evasiva, vaga e genérica as perguntas dos advogados de defesa, e sobretudo, com muitos “Não lembro” ou “Não me consta””, em sua declaração como testemunha no Tribunal Supremo espanhol. Para Carme Forcadell, esse é mais um exemplo “da falta de argumentos fáticos e jurídicos para sustentar as acusações”. Forcadell relembrou as Como a Assembleia Nacional Catalã se posicionou sobre a não extradição de Carles Puigdemont?, que invalidaram os argumentos apresentados pela Justiça espanhola.
Na conclusão de seu artigo, Carme Forcadell disse que “no papel, todos são obrigados a seguir as regras dos tribunais, mas, na prática, parece que só uma parte tem feito isso, mesmo quando as resoluções dos tribunais proíbem o exercício de direitos como o da liberdade de expressão ou de participação política”.