Conflito entre Messi e diretoria do Barcelona

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O dia 25 de agosto será recordado como o dia em que o melhor jogador do mundo no século XXI expressou sua vontade, mediante um burofax (um tipo de telegrama), de abandonar o clube catalão. Aos 33 anos, o argentino encerrou uma temporada sem títulos, marcada pela inconstância da equipe, pela pandemia e por um desastroso resultado obtido diante do Bayern de Munique: um 8 a 2 para os alemães, que será digerido com bastante dificuldade pelos torcedores do time azul-grená.

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Por que Messi e a diretoria do Barça estão em conflito?

Conforme divulgação na imprensa argentina e a própria confirmação do FC Barcelona à RAC1, Lionel Messi expressou ao clube seu desejo de encerrar seu contrato. Entretanto, a saída do craque enfrenta um grande obstáculo: a sua cláusula de rescisão, de 700 milhões de euros. Atualmente, pouquíssimos clubes seriam capazes de pagá-la (entre eles, o Manchester City e o PSG). A solução defendida por Messi (e combinada com o clube em sua última renovação contratual) é que sua saída seja livre, unilateral. Dessa forma, o camisa ’10’ teria total liberdade para jogar onde quisesse.

Na diretoria do clube, havia o convencimento de que Lionel Messi cumpriria o seu contrato (vence em 30 de junho de 2021), e de que o renovaria, a fim de encerrar a carreira no Barça. Porém, os maus resultados do time e a falta de um projeto competitivo para ganhar a maior competição europeia, além da má sintonia com a diretoria, foram decisivos para a decisão de Messi.

Por um lado, Messi se apoia na condição estabelecida em sua última renovação de contrato: no fim da temporada 2019 – 2020, poderia optar pelo encerramento unilateral do vínculo, e decidir livremente o seu futuro. Mas a diretoria do Barça, por sua parte, argumenta que o jogador argentino tinha até o dia 10 de junho (teria sido o fim da temporada, não fosse a pandemia) para rescindir o contrato.

O conflito de interesses foi levado para os serviços jurídicos do clube. De acordo com a diretoria, Messi, por não ter anunciado a decisão antes de 10 de junho, ainda tem mais um ano de contrato. Ou seja, o clube que desejar contratar o atacante deverá desembolsar os 700 milhões de euros da cláusula de rescisão.

A diretoria catalã tenta, desesperadamente, convencer Messi a “liderar, com forças renovadas, o novo projeto esportivo”, que terá Ronald Koeman como treinador, e a encerrar a carreira no clube. Vale a pena lembrar que o argentino chegou ao clube catalão em 2000.

Após a divulgação da vontade de Messi, torcedores do clube se reuniram ao redor do estádio Camp Nou para exigir a demissão do presidente Josep Maria Bartomeu. As eleições haviam sido marcadas para o mês de março de 2021.

Comentários nas redes sociais

O ex-zagueiro do Barça, Carles Puyol, mostrou seu apoio à decisão do argentino: “Respeito e admiração, Leo. Todo o meu apoio, amigo”. A publicação de Puyol foi “aplaudida” pelo ainda atacante do Barça, Luis Suárez, que não entrará nos planos de Ronald Koeman.

Membros da política catalã também opinaram sobre a decisão de Messi. O presidente da Catalunha, Quim Torra, escreveu: “A Catalunha sempre será a sua casa. Muito obrigado por todo esse tempo de alegrias e de futebol extraordinário. Tivemos a sorte de compartilhar alguns anos de nossas vidas com o melhor jogador do mundo. E um nobre esportista. Nunca te esqueceremos”. Oriol Junqueras, por sua vez, escreveu “Obrigado, Messi”.

O presidente Josep Maria Bartomeu foi extremamente criticado por Joan Laporta, homem que presidiu o clube durante as duas primeiras temporadas de ouro da equipe de Messi: “Bartomeu e sua diretoria devem pedir demissão imediatamente. Pouco a pouco, foram desgastando Messi para salvarem a eles mesmos do desastre econômico e esportivo que criaram. Se pedissem demissão, ainda haveria a esperança de Messi continuar”.

O candidato à presidência do clube, Victor Font, foi mais enfático: “Você sabe perfeitamente que, se pudéssemos ir ao estádio, todos gritaríamos ‘Fora, Bartomeu, já!‘. Você não foi capaz nem de lidar com o melhor da história, um mito feito em casa. Por isso, insistimos: demita-se, Bartomeu, e convoque eleições logo!”.

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