Um Barcelona sem alma é coronavice na Liga espanhola

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A temporada 2019 / 2020 vai chegando ao seu fim (em um contexto normal, já deveríamos estar falando da temporada 2020 / 2021) com um Barcelona sem alma. O time catalão termina a principal competição que disputa na Espanha na 2ª colocação, mas seu demérito não foi, conforme apresentado no título, o lugar final.

Perder para o Osasuna não é vergonha alguma, ainda que a partida seja no Camp Nou. Perder um torneio para o Real Madrid tampouco é algo vergonhoso. O resultado incomoda, mas não tanto quanto a forma pela qual foi gerado.

Este Barça de Quique Setién, treinador com passagens por clubes como Las Palmas, Racing de Santander e Real Betis, jogou fora a chance de ser tricampeão de uma das principais Ligas da Europa. Este Barça de um Messi cada vez mais carente de um time à altura envelheceu cedo. Deixou de ser “mais que um time” para ser um time vencido como e para um time pequeno (com todo o respeito ao Osasuna, apesar de ser algo lógico, tendo por base o histórico de títulos dos dois times).

O Barça que termina a Liga antes de seu fim (ainda falta uma partida) é o Barça do coronavice. É difícil explicar um fim de torneio tão abaixo das expectativas. Um torneio paralisado por três meses, e que havia voltado com o Barça na liderança. Na liderança! Porém, incompreensivelmente, a equipe azul-grená pareceu sofrer com efeitos estranhos, como se um vírus tivesse atacado seu sistema. Em onze rodadas, o Real Madrid de um insaciável Zinedine Zidane tirou a diferença (pequena, de dois pontos), e ganha o título com uma rodada de antecipação e, momentaneamente, com sete pontos a mais que o Barça.

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É doloroso escrever um editorial com esse tom e com essas palavras, mas poderia ser de outra maneira? Não poderia e não deveria ser de outra forma. Nem mesmo Lionel Messi, aos seus 33 anos, poupou críticas tão veementes ao desempenho do time. Conforme apresentado pelo jornal espanhol Marca, quando o capitão argentino fala, o Camp Nou treme:

“Já tinha dito que, jogando assim, não ganharíamos a Champions, e vimos que nem para a Liga foi suficiente. Não esperávamos acabar assim, mas foi o resultado do que foi o ano. Somos um time fraco, nos ganham por intensidade e vontade. Perdemos muitos pontos onde não deveríamos. O Real Madrid fez sua parte, não perdeu nenhum ponto depois da paralisação. Temos que fazer autocrítica. Somos o Barça, e temos a obrigação de ganhar todos os jogos.”

Ainda resta a Liga dos Campeões. A próxima partida será contra o Nápoli, mas… Com esse nível de jogo e horrorosa falta de intensidade, conseguirá o time catalão passar para a próxima etapa da liga europeia?

Outra pergunta que precisamos fazer é: “Até quando Quique Setién, escolhido como técnico do Barça em janeiro deste ano, seguirá no clube?“. O treinador de Cantabria assumiu o posto após a demissão de Ernesto Valverde, técnico que conquistou o bicampeonato da Liga espanhola com o Barcelona, mas bastante criticado por sua falta de liderança e, sobretudo, pelas vexaminosas eliminações nas últimas Ligas dos Campeões. Valverde foi demitido como líder da Liga espanhola e depois de ter classificado o time para a segunda fase do torneio europeu, mas a diretoria do clube, que tampouco tem honrado a instituição, e menos ainda os tempos de Pep Guardiola como treinador do time, tinha outros planos. Setién chegou, mas a tão comentada “falta de liderança de Valverde” seguiu.

Anêmico, triste, desajeitado. O Barça de hoje é um time que perde pelo mérito dos rivais e por demérito próprio. Em uma situação “normal”, ou seja, com um Barça sendo o Barça, o time da Coroa espanhola não teria conquistado o título. O “La feina ben feta no té fronteres, ni té rival“, frase em catalão para “O trabalho bem feito não tem fronteiras, nem tem rival” foi deixado de lado há muito tempo. Nesse estado, o Barça não é digno sequer de ser considerado um rival, porque não faz bem o seu trabalho, é um time que contrata dois franceses caríssimos que não estão à altura do clube, um time que deixou de confiar no futebol de base, um time que deposita todas as suas esperanças em um jogador de 33 anos. Por mais genial que seja, Messi não pode driblar o tempo. Tampouco é sensato que boa parte das esperanças seja depositada em um jogador de 17 anos, Ansu Fati.

Uma radical mudança precisa acontecer. Glórias como Busquets, Piqué, Alba e Messi, a essência da La Masia, vivem seus últimos anos como titulares do time. Aquele Barça de Guardiola vai se tornando poeira no vento.

A boa notícia é que o mesmo vento que leva é o mesmo vento que traz. O que levou Xavi Hernández, ex-jogador, deverá ser o que trará Xavi Hernández como treinador. Não sabemos quando isso acontecerá, mas o seu retorno promete ser um evento tão grande como foi o de Pep Guardiola.

Que o coronavice seja a lição definitiva para o Barça. O remédio até poderá ser a conquista da Champions League, mas apenas uma radical mudança, tanto no time quanto na diretoria, será a vacina que fará o Barça voltar a ser um rival.

Traduções para o catalão, o inglês e o espanhol

Esta notícia foi traduzida, de forma automática, para as línguas catalã, inglesa e espanhola. Aos poucos, a nova equipe de edição e revisão do portal Aqui Catalunha se encarrega de editar e aperfeiçoar as traduções.

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