Chefe da Guarda Civil espanhola na Catalunha ameaça reação civil

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Em discurso prévio à comemoração do Dia da Hispanidade nesse 12 de outubro, o chefe da Guarda Civil espanhola na Catalunha, Pedro Garrido, lançou um sério aviso à prevista reação civil às sentenças contra os líderes civis e políticos catalães, julgados por participação na realização do referendo de 2017. Há pouco mais de dois anos, mais de dois milhões de cidadãos responderam, nos colégios eleitorais, a pergunta proposta para a votação: “Quer que a Catalunha seja um Estado independente em forma de República?”. A resposta ao exercício de um dos direitos mais básicos em qualquer sociedade democrática foi a repressão, sob formas de violência policial contra os cidadãos, a destituição do governo catalão (por meio da aplicação do Artigo 155 da Constituição espanhola), e perseguições, detenções e prisões de cidadãos independentistas (acusados de planejarem ações terroristas). Pedro Garrido, bem como seu homônimo no governo espanhol, fez um discurso que esteve longe de qualquer solução política que passe pelo diálogo e pela negociação.

Editorial: Como entender o novo e decisivo ciclo na história da Catalunha?

Elogios ao papel da Guarda Civil e uma promessa

No quartel do município de Sant Andreu de la Barca, Pedro Garrido afirmou que o movimento independentista catalão “esconde ódio” sob o lema do pacifismo: “A suposta revolução dos sorrisos se transformou, com mais facilidade do que o esperado, em um sorriso forçado que esconde o ódio e a mesquinharia capazes de gerar destruição, dor e sofrimento, com a desculpa de estarem defendendo uma causa não prevista na Constituição”.

Garrido não poupou elogio ao papel da Guarda Civil que, no dia 23 de setembro, deteve nove cidadãos independentistas supostamente ligados a “atividades terroristas”. Sete deles foram presos na mesma semana. Provas sólidas, porém, não foram apresentadas. O chefe da Guarda Civil espanhola na Catalunha, alimentando as acusações contra os presos, também difundidas pela imprensa espanhola com o mesmo propósito, disse que “independentismo e terrorismo não são a mesma coisa”, e prometeu que “aqueles que seguirem o independentismo pela via do terror serão combatidos sem trégua e nem pena”.

A maior ameaça feita por Pedro Garrido está estreitamente ligada à ação policial em 1º de outubro de 2017, dia do referendo. Em resposta às esperadas massivas mobilizações populares contra a sentença aos líderes políticos e civis catalães mantidos em prisão preventiva há mais de 600 dias, o chefe da Guarda Civil na Catalunha prometeu que “se manterão firmes com o compromisso com a Espanha, trabalhando pela liberdade e segurança de todos os catalães”. Garrido lembrou: “Demonstramos isso há dois anos, demonstramos isso novamente há pouco tempo, e sempre que for preciso, voltaremos a demonstrar. Não há liberdade e nem segurança fora da Lei”.

O discurso íntegro do chefe da Guarda Civil espanhola na Catalunha pode ser lido aqui.

Confira a série do Aqui Catalunha de relatos pessoais sobre o referendo de 1º de outubro

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