O comitê executivo da Vox no estado espanhol nomeou Gabriel Le Senne como novo presidente do partido nas Ilhas, em substituição a Patricia de las Heras, que ocupava o cargo desde janeiro de 2023. Segundo informou a formação de extrema direita em comunicado, De las Heras continuará como deputada no parlamento.
A troca ocorre em meio a uma polêmica judicial. Le Senne será julgado por um crime de ódio por ter rasgado no parlamento uma foto de Aurora Picornell e as Roges del Molinar, segurada no laptop de uma deputada socialista. Os fatos ocorreram em 18 de junho do ano passado, durante o debate sobre a revogação da lei da memória democrática. Le Senne, na qualidade de presidente do parlamento, expulsou duas deputadas socialistas que se recusaram a retirar as fotos e acabou rasgando uma delas.
A Audiência de Palma confirmou o processamento e rejeitou o recurso de Le Senne. As juízas argumentaram que a inviolabilidade parlamentar não pode servir de desculpa para extrapolar as funções institucionais, e decidiram que os fatos podem configurar um crime de ódio, o que será decidido no julgamento.
No entanto, seu partido reafirma a confiança nele e destacou sua trajetória. Le Senne possui dupla graduação em direito e administração de empresas pela Universidade Pontifícia de Comillas, e um mestrado em consultoria jurídica de empresas. A Vox defende que a ação pela qual será julgado tinha como objetivo defender ‘a neutralidade da mesa’ e rejeita que se trate de um ataque à memória histórica. Após os fatos, os grupos de esquerda impulsionaram diversas iniciativas para forçar sua destituição, mas não prosperaram por não terem o apoio do PP, que manteve o cargo para ele.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*