Hoje, apesar dos protestos da sociedade civil e dos grupos da oposição, a Câmara Municipal de Alacant do PP aprovou uma declaração institucional impulsionada pela extrema direita do Vox para castelhanizar a cidade. A resposta da vereadora do Compromís, Mònica Llobell, que é praticamente a única que fala catalão na assembleia, foi firme e contundente contra os ataques à língua.
Llobell ironizou sobre “uma nova tentativa de revisionismo linguístico marca da casa”, em referência ao Vox, e os acusou de ignorar a realidade jurídica, social e educativa de Alacant. “Entendemos que não gostem da realidade, mas isso não a faz desaparecer. E por mais que se esforcem para voltar aos tempos de Paquito Franco e que tudo seja em ‘cristiano’, aqueles de nós que falamos valenciano e que, mesmo que não o falem, o estimam, continuaremos existindo. Má sorte”, disse.
Em seguida, dirigiu-se ao vereador do Vox para alfinetá-lo: “Eu espero, senhor Ortolà, que quando este plenário terminar, corra para modificar seu sobrenome, que não pode ser mais valenciano, e a partir de agora não seja mais Mario Ortolà, mas Mario Ortolano, já que ele tanto ama o castelhano e odeia o valenciano.” Isso provocou risos de alguns dos presentes na sala.
Depois, dirigiu-se aos membros do PP, a quem considera “os responsáveis por esse absurdo”, e lembrou que já haviam feito uma consulta linguística para determinar a língua base do ensino nas escolas. “Os pais de Alacant já escolheram se querem valenciano ou castelhano, mas parece que não gostaram do resultado da consulta e agora querem ‘jogá-lo fora’. Porque, é claro, quando o povo fala, mas não diz o que vocês querem, então não é mais democracia, é uma conspiração pancatalanista ou filoterrorista, como dizem na declaração. Que bonito, o respeito institucional”, disse.
A vereadora do Compromís apontou as contradições do Partido Popular, que afirma que apenas 12% dos cidadãos de Alacant falam catalão, e em casa. “Então, qual é o problema de ensiná-lo na escola? Se, segundo vocês, é tão minoritário, qual é o perigo? Não será que o valenciano não incomoda pelo que é, mas pelo que representa? Identidade, enraizamento, autoestima coletiva e memória democrática. Isso, amigos, é o que realmente querem marginalizar e eliminar”, destacou.
“Esta declaração não defende direitos, não protege a liberdade com a qual vocês sempre enchem a boca para pedir. Esta declaração ataca a convivência e não busca garantir nenhuma pluralidade, mas impor uma única visão de Alacant, a deles. Portanto, mais uma vez, nosso voto será contra. Por responsabilidade, por respeito à lei e porque amar o valenciano não é uma opção partidária, é uma obrigação democrática. E eu continuarei falando nesta assembleia em valenciano e de cabeça erguida”, concluiu.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*