Ucrânia denuncia “jogo sujo” da Rússia na troca de prisioneiros pactuada em Istambul

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O governo da Ucrânia acusou a Rússia de manipular as condições da troca de prisioneiros de guerra acordada esta semana em Istambul e de empreender ações unilaterais que colocam em risco o processo. Moscou, por sua vez, disse que a Ucrânia suspendeu indefinidamente a troca, o que Kiev nega e atribui a uma falta de informação chave e problemas de coordenação operacional.

Em comunicado divulgado pelo Centro de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra, as autoridades ucranianas criticam que a Rússia tenha começado a transferir os corpos de soldados ucranianos mortos, mesmo que na reunião em Istambul não tenha sido fixada nenhuma data para esse retorno. “Sobre a repatriação dos corpos, havia um acordo, mas não uma data. Em vez de aplicar de maneira coordenada o que foi pactuado, a parte russa agiu por conta própria com iniciativas que não foram discutidas no processo conjunto”, diz o comunicado.

Também apontam que a Rússia entregou listas de prisioneiros que não cumprem os critérios estabelecidos, motivo pelo qual a Ucrânia pediu esclarecimentos e respondeu com observações concretas. “Continuaremos trabalhando na troca de crianças, feridos, doentes e caídos em combate”, acrescenta o documento, que critica a estratégia de Moscou de tentar “desorientar a opinião pública com declarações unilaterais”.

O chefe da delegação russa, Vladimir Medinski, havia acusado anteriormente a Ucrânia de não ter se apresentado na zona de troca e de ter suspendido o processo sem aviso. Segundo ele, a Rússia tem no terreno uma primeira remessa de 1.212 corpos congelados de soldados ucranianos, e uma lista de 640 prisioneiros que cumprem as condições pactuadas: menores de 25 anos, feridos ou gravemente doentes. Também assegura que o Ministério da Defesa está preparado para trocar um total de 1.200 prisioneiros vivos de cada lado, mas que a Ucrânia não compareceu ao local estabelecido.

A Ucrânia, no entanto, desmente essas afirmações e destaca que o processo não foi interrompido. Em vez disso, denuncia “jogo sujo” por parte de Moscou e pede que o trabalho conjunto seja retomado. “Instamos a parte russa a abandonar essas táticas e a retomar o trabalho de maneira construtiva, para garantir que ambos os estados possam repatriar seus cidadãos e cumprir o acordo com rigor nos próximos dias.”

Enquanto isso, o clima de desconfiança volta a marcar um processo de troca que, segundo as duas partes, deveria permitir a libertação simultânea de 2.400 prisioneiros vivos e a repatriação de centenas de corpos de combatentes mortos na guerra.

*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*

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