O secretário-geral da Junts, Jordi Turull, assegurou que a reunião do presidente da Generalitat, Salvador Illa, com o presidente Carles Puigdemont é iniciativa de Illa após se encontrar com o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, nas Canárias. ‘Ele foi para Lanzarote e suponho que recebeu instruções’, apontou em uma entrevista à TV3 hoje.
Turull negou que da Junts tenham solicitado essa reunião e insistiu que é ‘curioso’ que aconteça após a viagem de Illa a Lanzarote para se encontrar com Sánchez. Também criticou o fato de que tanto o Governo quanto o PSC considerem o encontro Illa-Puigdemont como ‘normal’ e alertou que ‘enquanto a reunião tiver que ser em Bruxelas, não há normalidade’.
“Anistia política”
Turull disse que um eventual encontro entre Puigdemont e Sánchez seria ‘importante’ e representaria uma ‘anistia política’ para o ex-presidente. ‘Seria uma maneira de dizer: mesmo que haja juízes que não queiram aplicar a anistia, nós fazemos uma anistia política de reconhecimento do presidente Puigdemont como um ator de destaque’, afirmou Turull, acrescentando que esse encontro entre Sánchez e o líder da Junts ‘não é uma condição, muito menos’.
Da Junts, rejeitam que a reunião desta terça-feira na Bélgica entre Illa e Puigdemont tenha que desbloquear a negociação do orçamento geral do Estado espanhol e destacam que a condição para garantir estabilidade a Sánchez é cumprir os compromissos assumidos no início da legislatura e a execução dos orçamentos anteriores: ‘Se não cumprir, terá que enfrentar as consequências’.
Também exigiram que seja transferido ‘um cheque’ para a Generalitat no valor que restou para executar dos orçamentos vigentes, denunciando que nunca são cumpridos integralmente. ‘Antes de sentar para negociar, eles precisam comprovar que cumpriram os orçamentos vigentes, pois não negociaremos sobre uma fraude’, alertou.
Santos Cerdán: “Não esperava por isso”
Questionado sobre a figura de Santos Cerdán, ex-dirigente do PSOE que liderava as negociações com a cúpula da Junts na Suíça, pediu que seja investigado ‘com rigor’ o caso que o vincula a um suposto esquema de corrupção política pelo qual foi afastado do partido. ‘Não esperava por isso e veremos como tudo isso termina’, disse.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*