O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a retirada da proteção do Serviço Secreto da ex-vice-presidente Kamala Harris. A decisão foi conhecida após uma carta assinada por Trump e endereçada ao secretário de Segurança Interna, autorizando-o a ‘descontinuar qualquer procedimento de segurança não exigido por lei’ a partir de 1º de setembro.
Por lei, ex-vice-presidentes recebem seis meses de proteção após deixarem o cargo. No caso de Harris, Joe Biden havia assinado uma ordem, até então não pública, que estendia a proteção por mais um ano. Trump revogou essa prorrogação, que garantia a ela uma escolta permanente, acesso a análises de risco e vigilância de sua residência em Los Angeles.
A equipe de Harris agradeceu publicamente o trabalho do Serviço Secreto e expressou preocupação com os riscos que a decisão pode acarretar, considerando que Harris foi a primeira mulher e a primeira mulher negra na vice-presidência do país, e ainda recebe constantes ameaças. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, criticaram Trump e afirmaram que buscarão maneiras de garantir a segurança da ex-vice-presidente.
A medida coincide com o iminente lançamento do livro de memórias de Harris, 107 Days, sobre sua breve candidatura presidencial, previsto para 23 de setembro. A ex-vice-presidente tem uma turnê de lançamento planejada em várias cidades, o que a exporá novamente ao público sem a escolta federal. Trump, que já retirou proteções e credenciais de segurança de outros ex-membros da administração Biden, justifica a decisão por motivos de economia. No entanto, críticos veem isso como uma nova ação de vingança política, em um país onde os ataques contra líderes e candidatos são uma ameaça recorrente.
Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.