Trump increpa o presidente da África do Sul em um novo escândalo no Salão Oval

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, protagonizou um novo escândalo no Salão Oval. Desta vez, ele increpou o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, em uma reunião tensa na Casa Branca. Trump ecoou as falsidades promovidas pela extrema direita e acusou o mandatário de cometer um genocídio contra a minoria africaners, um grupo étnico da África do Sul formado principalmente pelos descendentes dos colonos neerlandeses que se estabeleceram no país a partir do século XVII. Trump exigiu explicações uma vez que Washington concedeu o status de refugiados a algumas famílias provenientes da África do Sul.

“Há muitas pessoas muito preocupadas com a África do Sul. Muitos se sentem perseguidos”, disse Trump no Salão Oval. O presidente sul-africano respondeu lembrando que vários membros de sua delegação são africaners, incluindo o ministro da Agricultura, John Henry Steenhuisen. “Se houvesse ocorrido um genocídio contra os agricultores africaners, eu apostaria que esses senhores não estariam aqui, incluindo meu ministro”, afirmou.

Trump reagiu mostrando um vídeo e recortes de imprensa que, segundo ele, evidenciariam essa perseguição. Ramaphosa disse que nunca viu qualquer prova e destacou que na África do Sul há muito mais vítimas negras do que brancas devido à criminalidade generalizada. Diante disso, Trump replicou: “Mas esses agricultores africaners não são negros.”

O vídeo, com quase cinco minutos, foi exibido durante o encontro, o que surpreendeu a delegação sul-africana. A Casa Branca o compartilhou em sua conta de X. Além de imagens sobre essa suposta perseguição, também aparece o político opositor Julius Malema cantando uma música que faz referência aos africaners.

Trump insistiu que existem “milhares de histórias” que falam desse fenômeno, e lembrou que Elon Musk – também presente na reunião – defendeu sua existência. Segundo ele, as recentes chegadas de africaners aos Estados Unidos poderiam continuar se considerar que há perseguição ou genocídio.

Em resposta, Ramaphosa defendeu a reforma agrária impulsionada por seu governo no início do ano, com o objetivo de redistribuir a terra como reparação das injustiças do apartheid. “Nossa constituição garante e protege a inviolabilidade da propriedade da terra”, afirmou, e negou que terras sejam expropriadas de forma arbitrária. Também lembrou a Trump que qualquer país, inclusive os Estados Unidos, pode expropriar terras para uso público.

No regime racista do apartheid (1948-1991), os sul-africanos negros foram desapossados de suas terras, que foram transferidas para a minoria branca. Três décadas depois, essa minoria, que representa 20% da população, ainda controla mais de 90% da propriedade da terra.

Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.

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