Um ano após a tentativa de assassinato contra Donald Trump em um comício eleitoral em Butler (Pensilvânia), seis membros do serviço secreto dos Estados Unidos foram suspensos por sua atuação naquele dia. Na época, Trump, que era candidato republicano à presidência, recebeu um tiro leve na orelha, em um ataque que também causou a morte de um de seus simpatizantes.
A informação foi confirmada pela rede ABC News, que explica que os agentes foram punidos com suspensões que variam de dez dias a quarenta e dois. Agora, uma investigação independente, ordenada pelo então presidente, Joe Biden, concluiu que houve graves deficiências na segurança e isso levou à decisão. O relatório não apenas aponta erros concretos, mas alerta para “problemas sistêmicos profundos” dentro do serviço secreto que exigem uma reforma urgente. “Se medidas estruturais não forem tomadas, incidentes como o de Butler podem voltar a acontecer, e vão acontecer”, conclui.
Um atentado que marcou a campanha
O ataque, que ocorreu em 13 de julho de 2024, chocou os EUA e abalou a campanha eleitoral norte-americana. Trump, que era o candidato favorito dos republicanos, continuou com o comício mesmo com a orelha sangrando, e o incidente se tornou uma peça-chave em seu discurso nas semanas seguintes. O atirador, que estava em um prédio próximo, foi abatido logo depois. O ataque colocou em dúvida os protocolos de segurança da Casa Branca e gerou um debate sobre a proteção dos candidatos em eventos com multidões. Embora o ataque não tenha sido bem-sucedido, as imagens de Trump ferido deram a volta ao mundo e reforçaram sua figura pública entre seus seguidores mais fiéis.
Segundo fontes consultadas pela rede CBS, o serviço secreto admitiu alguns dos erros identificados no relatório e aceitou as sanções impostas. No entanto, também se defendeu afirmando que a complexidade do evento e o comportamento imprevisível do atirador dificultaram a resposta imediata. A investigação aponta para uma cadeia de decisões errôneas e falta de coordenação entre os responsáveis pela segurança. O documento recomenda uma reforma profunda na estrutura e funcionamento do serviço secreto, incluindo mais recursos, nova formação e uma atualização dos protocolos em eventos de campanha.
Agora, poucos dias antes do primeiro aniversário dos fatos, a punição aos seis agentes parece querer encerrar um capítulo muito incômodo para os responsáveis pela segurança presidencial, mas não resolve as questões de fundo. Conforme alerta o relatório, “o sistema atual não garante que um ataque como aquele não possa se repetir”.
Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.