Em entrevista à Catalunya Ràdio na manhã desta quarta-feira, a delegada do governo da Espanha na Catalunha, Teresa Cunillera, enviou um sério, mas já conhecido recado ao governo catalão: “Dentro da lei, tudo. Fora da lei, nada“.
Cunillera deixou claro que a próxima reunião bilateral entre os governos da Catalunha e da Espanha, em que, previsivelmente, ambos tratarão de buscar vias que solucionem o conflito político, servirá “apenas” para que sejam feitas propostas “que estejam no marco da Constituição espanhola“.
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Sobre a Mesa de Diálogo
Desde a eleição de Pere Aragonès como novo presidente da Catalunha, muito tem sido discutido sobre a data da reunião entre os governos catalão e espanhol para o “diálogo” sobre o conflito político que tem marcado os últimos quatro anos.
A Mesa de Diálogo acontecerá após a Diada Nacional de Catalunya (11 de setembro), mas ainda não há um dia concreto. Inicialmente, o governo espanhol se mantém firme em conversar sobre propostas de resolução do conflito que estejam, exclusivamente, no marco constitucional espanhol. Em outras palavras, esse marco não contempla as propostas do governo catalão, que são a “anistia” aos líderes independentistas que foram presos e aos líderes políticos catalães que deixaram a Catalunha em 2017, e um “referendo de autodeterminação negociado” entre os governos.
Da parte do governo espanhol, Pedro Sánchez (PSOE) é criticado pelos partidos da direita e extrema-direita por “fazer concessões” ao independentismo catalão. Entretanto, Sánchez deixou claro, de forma reiterada, que “todas as propostas serão negociadas no marco da Constituição espanhola”. Em relação ao bloco catalão, Pere Aragonès e seu partido, a Esquerra Republicana de Catalunya, são criticados pela CUP por “não seguir a pauta de ruptura”. O presidente catalão é favor de uma “nova etapa de negociações” com o governo espanhol.
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