Às vésperas da Diada Nacional de Catalunya, Quim Torra discursou sobre a importância histórica do dia 11 de setembro, e fez um chamado ao exercício do direito à autodeterminação. O presidente da Catalunha explicou que a data não deve servir como uma “lamentação pela derrota de 1714”, mas sim para “recordar a determinação, a tenacidade e a persistência dos catalães na luta constante pela liberdade”.
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Autodeterminação, democracia e liberdade
Durante os cinco minutos de seu discurso, Quim Torra destacou três conceitos: autodeterminação, democracia e liberdade. Citando o filósofo e poeta catalão Lluís Solà, “Somos livres para abandonar a liberdade, para esquecê-la, mas ela nunca deixa de reivindicar os seus direitos”. Para o líder da Generalitat de Catalunya, “não comemoramos nenhuma derrota, porque não fomos vencidos”, destacando, assim, “a vitalidade de um povo que jamais se deixa vencer e que caminha adiante sem medo”.
O presidente catalão também destacou o valor do legado social: “Como disse Lluís Llach há uns anos, vivemos os sonhos dos nossos avós, e é da qualidade dos nossos sonhos que vai depender aquilo que viverão os nossos filhos e netos”. Por isso, Quim Torra fez um apelo a “encarar com determinação e coragem os tempos que estão vindo, com inteligência e caráter, com generosidade e união, com iniciativa e convicção, com serenidade e ambição, com toda a ambição coletiva do mundo”.
Em relação à resposta dos catalães (referindo-se especialmente às sentenças contra os líderes independentistas), Torra afirmou que “a democracia é e sempre será a resposta”, e reivindicou a vontade popular: “Queremos ser cidadãos por vontade, por adesão a um projeto de país que nos satisfaça”. Ainda sobre o exercício do direito à autodeterminação, o presidente disse que “os povos fazem parte dos Estados por uma de duas vias: a da vontade ou a da imposição, por adesão ou por repressão”, e que há apenas uma maneira de resolver o tema, “que é pelo exercício da autodeterminação, um direito que pertence unicamente aos povos”.
Torra finalizou seu discurso fazendo um convite à participação na Diada Nacional de Catalunya, sabendo que “se ainda não somos livres, é porque ainda não acabamos o caminho”.