O dia 18 de maio de 2002 marcou o período imediatamente prévio ao do título da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo daquele ano, disputada na Coreia do Sul e no Japão. Três anos antes, um jogador arrancava gritos de “Olha o que ele fez, olha o que ele fez, olha o que ele fez!” de Galvão Bueno, e prometia um futuro brilhante. Um futuro que poderia ter durado muito mais, e que teve seu auge no FC Barcelona. Antes de sua estreia no Camp Nou com a camisa do clube azul-grená, em 2003, ele maravilhou o estádio no ano anterior.
Trazemos para os nossos leitores a memória de quando a seleção da Catalunha enfrentou o Brasil de Ronaldinho Gaúcho em 2002. História do futebol catalão e lembranças de uma partida épica!
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Uma partida inesquecível no Camp Nou
O ambiente no estádio do Barça era festivo, mas havia algo que o deixava especial. A seleção catalã enfrentaria a que era, naquela noite, a vice-campeã do mundo e detentora de quatro títulos da Copa. Os catalães podem dizer que foram os penúltimos adversários do Brasil antes da conquista brasileira do pentacampeonato mundial. O resultado do confronto, vencido pela equipe de Ronaldinho por 3 a 1, foi o menos importante. Para a Catalunha, cuja seleção ainda não pode disputar competições oficiais, jogar contra uma das melhores seleções do planeta foi um grande reforço para a autoestima.
Como bem relembra o portal esportivo catalão L’Esportiu, a partida quase foi cancelada. Inicialmente, Catalunha e Brasil se enfrentariam no mês de março de 2002. Porém, para a data em que estava programado o confronto entre brasileiros e catalães, foi agendada (“coincidentemente ou não”, como destaca o jornal) a partida entre Espanha e Holanda. Após muitas negociações entre as federações de futebol do Brasil e da Catalunha – cujo entendimento era fácil -, o jogo, finalmente, pôde acontecer.
Como alguns jornais destacaram o confronto?
Em 2002, Ronaldinho Gaúcho era a grande promessa do Mundial. Muitos de vocês se lembram do golaço do atacante contra a Inglaterra, e também devem ter na memória suas jogadas com as camisas do Grêmio e do PSG. Uma estrela em plena ascensão não poderia ser tratada de forma diferente. Os torcedores catalães e os jornais locais aguardavam ansiosamente a chegada do “Dentuço”. Não se decepcionaram. Ronaldinho marcou dois gols, e apresentou um pouco do que viria a mostrar como craque indiscutível do FC Barcelona.
Os jornais El Mundo Deportivo e La Vanguardia estamparam suas crônicas de maneira igual: uma foto de Ronaldinho, considerado o melhor homem em campo. As duas publicações destacaram “a festa do Camp Nou, abarrotado por mais de 96 mil espectadores”, e o “entusiasmo”, “a vontade” mostrados pelos atletas catalães. Por outro lado, como relata o La Vanguardia, a seleção de Scolari “entrou em campo dormindo, dependente das genialidades, algo que não é novidade”.
Na seleção brasileira, estavam dois jogadores que representavam o passado e o futuro do Barça: Ronaldo e Edmilson, respectivamente. O atacante não teve um grande desempenho naquela partida, mas saiu de campo tremendamente ovacionado pelos torcedores. Logicamente, sua única temporada no Barcelona (1996 – 1997) foi extraordinária, e jamais será esquecida. O meio-campista, por sua vez, chegaria ao clube catalão em 2004. Outro jogador que teria seu futuro ligado à Catalunha e participou da partida foi Belletti, que entrou no segundo tempo.
Dados da partida
- escalação da Catalunha: Víctor Valdés (Arnau 64),Geli (Morales 72), Quique Álvarez, Tortolero, Roger, Lopo, Miguel Ángel (Celades 64), Álex Fernández, Tamudo (Òscar 46), Jordi Cruyff (Monty 76) e Luis García (Crusat 64). Treinador: ‘Pichi’ Alonso
- escalação do Brasil: Marcos, Cafú (Belletti 76), Edmilson, Roque Júnior, Anderson Polga, Júnior, Emerson (Vampeta 86), Kleberson (Gilberto Silva 81), Ronaldo (Luizão 68), Ronaldinho Gaúcho (Juninho 68) e Denilson (Edilson 73). Treinador: Luiz Felipe Scolari
- gols: Ronaldinho (20, 44), Luis García (63), Edmilson (75)
- assistência: 96.700 espectadores