O plenário da Câmara Municipal de Valência aprovou hoje a mudança oficial da denominação do município, que passa a ser “Valencia/Valéncia”, com a inclusão do castelhano e com um acento fechado na versão em valenciano que não segue a normativa oficial. A proposta, impulsionada pelo governo municipal do PP com o apoio do Vox, estabelece uma versão bilíngue e modifica o topônimo reconhecido até agora: “València”, em catalão normativo.
Este acordo inicia o processo formal de mudança de nome do município, que agora deverá passar por um período de informação pública de vinte dias. Depois, será encaminhado ao Conselho da Generalitat, que é o organismo competente para aprovar a nova denominação por decreto. A proposta foi avaliada por um parecer do linguista Abelard Saragossà. A Academia Valenciana da Língua (AVL) – instituição estatutária competente em matéria linguística – nem qualquer outra entidade oficial avalizaram essa mudança ortográfica, que se baseia nas Normas do Puig, que não são oficiais.
Da oposição, o grupo socialista e o Compromís rejeitaram a proposta. O vereador Borja Sanjuán (PSPV) lamentou que a mudança reflita uma “subordinação à cultura espanhola” e denunciou que “a direita fala de bilinguismo mas defende a hierarquia”. Criticou, ainda, que a iniciativa assuma o lugar de uma campanha do Vox que já reivindicou publicamente a forma “Valéncia” acompanhada de uma bandeira espanhola. O vereador do Compromís, Pere Fuset, qualificou a votação de “imposição ideológica” e propôs, sem sucesso, uma emenda para que o nome oficial se mantivesse em catalão e fosse a AVL quem se pronunciasse sobre a questão. Acusou a prefeita María José Catalá de estar “amarrada de pés e mãos pelo seu sócio prioritário, Vox”, e anunciou que a coalizão solicitará um parecer jurídico para determinar se pode haver prevaricação.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*