A época eleitoral na Catalunha e no Estado espanhol ganhou mais uma polêmica. A primeira: uma faixa com o desenho de um laço amarelo e uma mensagem de apoio aos líderes independentistas catalães presos e exilados na fachada do edifício do governo catalão provocou, nessa sexta-feira, uma resposta da Promotoria de Justiça espanhola. A segunda: os Mossos d’Esquadra, seguindo as ordens da Justiça Eleitoral Central (JEC) e da Promotoria de Justiça espanhóis, entraram em escolas públicas catalãs em busca de quaisquer elementos que pudessem ser interpretados como “símbolos partidistas”. De acordo com a JEC, são símbolos partidistas faixas e cartazes com mensagens de apoio aos líderes independentistas catalães julgados e exilados, bandeiras independentistas e laços e outros elementos da cor amarela.
“Aqui tem muito amarelo”
Ao longo do dia, vários cidadãos, entre eles os professores das escolas invadidas, publicaram imagens no Twitter relacionadas às ações dos agentes policiais. Em uma das mensagens, foi dito que “dois policiais entraram na escola para comprovar a existência ou não de laços amarelos“, e que os agentes teriam comentado que, em um dos corredores, “havia muito amarelo”, referindo-se a lâmpadas de papel penduradas, e umas faixas de plástico amarelas que pendiam de uma espécie de lustre.
Na Escola Sagrada Família de Caldes d’Estrac, os policiais apagaram pinturas de laços amarelos pintados por crianças para um mural sobre a paz. Já na escola Planes i Casals, em Badalona, policiais adentraram o centro educativo em busca de laços amarelos e outros símbolos ligados aos líderes independentistas catalães julgados em Madrid.
Indignação do Departamento de Educação do governo catalão
O secretário do Departamento de Educação da Generalitat de Catalunya, Josep Bargalló, disse em seu Twitter que “a JEC e a Promotoria de Justiça espanholas passam dos limites ao colocarem as escolas sob sua mira”. Bargalló afirmou que “o sistema educativo da Catalunha atua com rígida neutralidade política”, e mostrou seu apoio à comunidade educativa, condenando a resolução da JEC, que “atenta contra a liberdade de expressão”.