Após participar de reunião do Conselho Europeu nesta sexta-feira, em Bruxelas, o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, assegurou que “a democracia espanhola mostrou sua força e capacidade de resolução de conflitos”, em referência à estratégia política de conceder indultos aos nove líderes independentistas catalães que, desde 2017 e 2018, foram mantidos na prisão. Para Sánchez, “em um momento, o castigo foi útil para construir a convivência; agora, o perdão é a ferramenta útil”.
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“Escutamos todas as ideias, desde que respeitem o marco constitucional e a legalidade democrática”
Em relação aos discursos dos líderes independentistas indultados, que garantiram “continuar lutando pela independência da Catalunha“, Pedro Sánchez disse que “escutamos o que escutamos, e a democracia espanhola é tão grande e forte que respeitamos todas as opiniões”. Nesse sentido, o líder espanhol reforçou: “Todas as ideias podem ser defendidas, todos os projetos políticos, desde que respeitem o marco constitucional e a legalidade democrática“.
Entre os motivos que, para Pedro Sánchez, justificam a concessão de indultos aos líderes independentistas, está a pandemia: “Passamos por uma pandemia, estamos superando-a, iniciando a recuperação econômica, e é mais útil do que nunca colaborar com a concórdia”.
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Nesta semana, o governo espanhol, por meio do próprio Pedro Sánchez, da vice-presidenta Carme Calvo, e do Ministro de Justiça Juan Carlos Campo, garantiram que “as propostas de anistia para os líderes independentistas catalães e um referendo de autodeterminação pactado com a Catalunha não serão atendidas”. Além disso, o Ministro de Justiça fez um “convite” para que os eurodeputados catalães Carles Puigdemont, Clara Ponsatí e Toni Comín “voltem à Espanha para prestar contas diante da Justiça”. Para o Ministro, os eurodeputados catalães, embora possuam uma provisória imunidade parlamentar, são “fugitivos da Justiça e devem ser detidos e julgados”.
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