O Tribunal Supremo espanhol não dissimula sua intenção de desobedecer a sentença do Tribunal Constitucional (TC), caso acabe validando a lei da anistia. Em uma filtragem para alguns meios de comunicação, fontes do tribunal deixam claro que os juízes Pablo Llarena e Manuel Marchena resistirão em anistiar os líderes independentistas exilados e inabilitados.
O TC começará a deliberar sobre a anistia na sessão de final de junho e espera-se que se pronuncie sobre o recurso — há dezenas deles — do PP contra a norma. Segundo as fontes do Supremo, os juízes não se mexerão porque consideram que a sentença não abordará a interpretação distorcida que fazem do delito de desvio de verbas para excluí-lo da anistia.
Dessa forma, Llarena planeja manter a situação processual de Carles Puigdemont, Lluís Puig e Toni Comín e não retirará as ordens de detenção deles, enquanto Marchena não revogará as inabilitações de Oriol Junqueras, Dolors Bassa, Jordi Turull e Raül Romeva.
Assim, o Supremo desafia o TC e o governo espanhol, quando se completa o primeiro aniversário da anistia, e prolonga um calvário judicial que já dura quase oito anos. Segundo as fontes, os juízes não tomarão nenhuma atitude até que o TC — provavelmente no outono — analise os recursos de amparo dos exilados e inabilitados.
Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.