O juiz instrutor Leopoldo Puente decidiu enviar para a prisão sem fiança o ex-secretário de Organização do PSOE, Santos Cerdán, devido ao seu papel central na trama de comissões na adjudicação de obras públicas que atinge o cerne do PSOE. O juiz do Supremo acredita que o ex-número três socialista poderia ter cometido crimes de integração em organização criminosa, suborno e tráfico de influências.
Durante o interrogatório desta manhã, o ex-líder respondeu apenas às perguntas de seu advogado, Benet Salellas, e negou qualquer ligação com a trama. Argumentos que não convenceram o Ministério Público anticorrupção e as acusações populares, lideradas pelo PP, que pediram sua prisão imediata e sem fiança.
Cerdán é o primeiro grande implicado na trama a ser preso. Nem o ex-ministro José Luis Ábalos nem seu ex-assessor Koldo García foram para a prisão, embora a investigação dure há mais de um ano. Eles têm apenas medidas cautelares que os impedem de sair do território espanhol – tiveram seus passaportes retidos – e precisam se apresentar ao tribunal a cada quinze dias.
Cerdán nega tudo e diz que é uma vítima
Em sua declaração, Cerdán negou ter participado de qualquer distribuição de comissões ou de supostas adjudicações irregulares, atribuindo a abertura deste processo judicial a uma perseguição política por ter negociado a investidura de Pedro Sánchez com o PNB e EH Bildu.
O ex-líder socialista também declarou que o próximo a ser judicialmente perseguido será o ministro da Presidência, Justiça e Relações com as Cortes, Félix Bolaños, por ter negociado com Junts.
Cerdán negou veementemente ter participado de qualquer distribuição de comissões relacionadas a uma suposta adjudicação fraudulenta de obras públicas. Ele também questionou as gravações de áudio feitas por Koldo García, ex-assessor de José Luis Ábalos, onde se ouve falar sobre dinheiro, e anunciou que apresentaria uma prova pericial.
Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.