O independentismo se torna majoritário entre os jovens de Quebec e se equipara ao nível do referendo de 1995

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Uma nova pesquisa do instituto CROP, publicada pelo La Presse, confirma um ‘aumento espetacular’ no apoio à independência de Quebec entre os jovens. Segundo a pesquisa, realizada entre julho e agosto, 56% dos jovens de 18 a 34 anos são favoráveis à soberania, um número que lembra os dados anteriores ao referendo de 1995.

Esse aumento do entusiasmo soberanista entre as gerações jovens também foi observado em outros estudos recentes, como o da empresa Léger em junho. O presidente da CROP, Alain Giguère, atribui a mudança a uma crescente desilusão com o governo federal canadense: ‘Cada vez mais, eles têm a sensação de que Ottawa não pode fazer nada por suas vidas. Existe a convicção de que as condições melhorariam com um Quebec soberano.’

No geral, 44% dos entrevistados se mostraram favoráveis à independência de Quebec, enquanto 56% se manifestaram contrários. Essa proporção geral, que pode parecer insuficiente para o soberanismo, é na verdade significativa: é quase idêntica à que havia no início da campanha para o segundo referendo, o de 1995, quando o sim ficou às portas da vitória com 49,4%.

Os dados também revelam uma forte divisão conforme a língua: entre os francófonos, o apoio chega a 50%, enquanto entre os não francófonos fica em 22%.

O ressurgimento do soberanismo não se explica somente por razões políticas. Segundo Marc-Antoine Lemay, apresentador do podcast Génération OUI, também há um movimento de base no plano cultural: ‘Há uma efervescência que não víamos há dois ou três anos. Isso é percebido nas redes sociais e nos shows.’ Ele exemplifica com o momento vivido no Francofolies de Montreal, em junho, quando a cantora Lou-Adriane Cassidy fez a multidão gritar: ‘Quebec, um país!’ Também há uma nova leva musical com discursos soberanistas explícitos, como o do rapper kinji00, e uma proliferação de vídeos nas redes sociais que combinam discursos do referendo com músicas do grupo Les Cowboys Fringants.

Jacques Beauchemin, sociólogo da UQAM e ex-conselheiro de Pauline Marois, qualifica isso como ‘uma recuperação impressionante’: ‘Há anos que os jovens não estavam envolvidos. Vejo uma virada muito forte.’ Segundo ele, a crise tarifária com os Estados Unidos fez voltar a valorizar ‘as fronteiras nacionais’ como ferramenta para defender os interesses de Quebec.

A tendência não é homogênea em todas as faixas etárias. Entre os cidadãos de 35 a 54 anos, o apoio cai para 44%, e entre os com mais de cinquenta e cinco anos ainda mais, chegando a 37%. Essa diferença poderia ser explicada, segundo Giguère, por uma busca por segurança e estabilidade: ‘No contexto atual, para muitos não é o momento de falar de independência.’

“Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.”

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