O magnata tecnológico Elon Musk acusou abertamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estar envolvido no caso de abusos sexuais de menores relacionado ao financista Jeffrey Epstein. ‘É hora de soltar a verdadeira bomba: Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual não foram tornados públicos’, escreveu Musk em uma mensagem na rede X. E finalizou de forma irônica: ‘Tenha um bom dia, DJT!’
Time to drop the really big bomb:@realDonaldTrump is in the Epstein files. That is the real reason they have not been made public.
Have a nice day, DJT!
— Elon Musk (@elonmusk) 5 de junho de 2025
Essa acusação surge em meio a um crescente confronto entre os dois, inflamado pela reforma fiscal impulsionada pelo governo. O projeto, que prevê cortes significativos em programas sociais e elimina incentivos para energias renováveis, foi duramente criticado por Musk, que o considera uma ‘abominação repugnante’.
Uma relação rompida e uma acusação de traição
Esse rompimento de Musk segue a ‘grande decepção’ demonstrada por Trump pelo fato de Musk ter se manifestado contra o projeto de lei fiscal, chegando ao ponto de pedir aos cidadãos que pressionassem seus representantes a votarem contra. O presidente afirmou que Musk ‘conhecia os detalhes do projeto melhor do que ninguém’ e que nunca havia mostrado qualquer discordância enquanto colaborava com ele.
Musk respondeu com firmeza: ‘É falso. Não me mostraram nem uma vez.’ Ele denunciou que a lei foi aprovada às pressas e sem tempo para que qualquer parlamentar pudesse lê-la. Além disso, classificou como ridículo Trump descrever o texto como ‘uma lei grande e bonita’ e mostrou-se a favor de um processo de ‘impeachment’ e de que o atual presidente seja substituído pelo vice-presidente JD Vance.
— Elon Musk (@elonmusk) 5 de junho de 2025
Um caso com muitas sombras
O financista Jeffrey Epstein foi preso em julho de 2019 por acusações de abusos sexuais e tráfico de dezenas de menores no início dos anos 2000. Um mês depois, ele se suicidou na cela de uma prisão em Nova York, em meio a uma série de ‘negligências e falhas’ reconhecidas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Sobre isso, Virginia Giuffre, uma das sobreviventes mais proeminentes dos abusos sexuais cometidos pelo empresário norte-americano, morreu em abril por suicídio. Tinha quarenta e um anos e morava há anos em Neergabby, Austrália.
Giuffre tornou-se uma das vozes mais combativas contra os abusos de Epstein e sua sócia Ghislaine Maxwell, sendo uma figura-chave na denúncia pública da rede de exploração sexual de menores que haviam tramado. No ano passado, quase mil páginas de documentos relacionados ao caso do multimilionário Jeffrey Epstein foram desclassificados, condenado por pedofilia e tráfico de menores. Os documentos incluíam os nomes de personalidades proeminentes que estavam associadas a Epstein, como o ex-governador do Novo México Bill Richardson, o ex-presidente dos EUA Bill Clinton, o ator Alec Baldwin, o ex-senador Ted Kennedy, o cantor Mick Jagger, embora isso não demonstre que sejam cúmplices ou tenham cometido algum crime. Esses documentos revelavam uma relação próxima entre Epstein e Trump, mas não havia referências a nenhum crime cometido pelo presidente.
Também aparecia o príncipe Andrew da Inglaterra, que nesse caso chegou a um acordo financeiro extrajudicial com Virginia Giuffre, que o acusava de abusos sexuais. Esse acordo fez com que o duque de York não precisasse enfrentar o processo civil perante um júri por fatos que remontam a 2001, quando Giuffre tinha dezessete anos e, portanto, era menor de idade.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*