Miquel Pardina: “A Penya é a família de todos os barcelonistas do Brasil”

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Miquel Pardina nasceu em Barcelona faz 56 anos, mas em 2012 decidiu ir ao Brasil em busca de novas oportunidades profissionais, para fugir da crise econômica que açoitava a Europa. Desde 2015, esse barcelonês é o presidente da Penya Barcelonista de São Paulo, a única entidade oficial do clube catalão no Brasil.

Em entrevista ao Aqui Catalunha, Pardina detalha o papel do fã-clube do Barça no exterior, e fala também sobre a visão da entidade enfrente a atual crise institucional do FCB.

Quando você veio para o Brasil?

Cheguei em 2012, fugindo da crise econômica que tinha a Europa naquele momento. Vim sozinho e por trabalho, porque o Brasil era um mercado emergente, com muito dinamismo. Procurei e achei trabalho como consultor de inteligência de mercado, embora hoje eu trabalhe como consultor autônomo.

Nunca pensou em voltar para a Catalunha?

A crise no Brasil chegou mais tarde e, sim, até avaliei a possibilidade de voltar, mas depois percebi que estou bem aqui com a minha vida familiar e social. Nesse sentido, a Penya foi para mim muito importante porque, quando eu cheguei, a entidade me acolheu com os braços abertos. Embora eu tivesse outras relações sociais, nenhuma foi comparável com as relações que me deu a entidade. A Penya é a família de todos os barcelonistas do Brasil, pois além de assistir aos jogos do FCB, usamos nossos vínculos para fazer networking e ter relações afetivas, organizando atividades como torneios de e-sports, futebol society, palestras e churrascos.

Em 2015, você virou o presidente da entidade, a única torcida oficial do FCB no Brasil.

Miquel Pardina, presidente da Penya Barcelonista de Sao Paulo.

Sim. No mundo todo, temos cerca de 1.200 entidades oficiais do FCB. Atuamos como embaixadores da torcida do Barça no exterior, e tentamos representar os valores do clube. Atualmente, na Penya de São Paulo, temos 218 sócios de carteirinha, mas temos uma base de dados com 2.000 simpatizantes. De todos os sócios, 70 % são brasileiros, 25 % catalães e o restante tem outras nacionalidades. O Barcelona é o time estrangeiro com mais torcedores no Brasil, o que demostra que o futebol vai deixando de ser uma coisa local e passa a ser uma coisa mais global. Precisamente por isso acreditamos que o potencial de crescimento da Penya de São Paulo esteja nos torcedores locais e na juventude brasileira.

A situação atual da pandemia vai mudar algum aspecto da Penya no futuro?

Com a pandemia. passamos a assistir os eventos online. No começo, parecia esquisito, mas deu muito certo e, embora não possamos assistir aos jogos ao vivo como antes, estamos tendo outros aspectos inclusive mais positivos. Por exemplo, estamos tendo a possibilidade de incluir pessoas que moram fora de São Paulo. Por isso, acredito que o futuro da Penya será um pouco híbrido, porque vamos voltar ao presencial, mas não vamos deixar os eventos online. Essa crise servirá para termos modernizado. Um dos nossos desafios para o futuro vai ser conseguir uma integração maior com a Barça Academy e o próprio FCB. Até o momento, as três representações funcionam separadamente. A ideia é que essas entidades possam atuar mais coordenadamente como a voz do Barça no Brasil.

Qual é o papel da Penya na internacionalização da cultura catalã?

É muito importante. Tem que pensar que o Barça é o principal embaixador da Catalunha no mundo. Tudo que acontece na Catalunha chega ao Brasil por meio do Barça, pois o clube é a ponta de lança da Catalunha no exterior. Por isso, a nossa responsabilidade é muito maior, e as coisas mal feitas no clube não afetam só ao time, mas, também, ao país.

Em relação à atual crise institucional do clube, qual é a posição da Penya de São Paulo?

Nós publicamos um comunicado oficial pedindo a demissão da diretoria do clube. A diretoria disfarçou essa catástrofe como uma crise esportiva, mas chegamos a esse ponto por uma série de decisões mal tomadas. Tudo isso resultou numa crise de sucesso também, porque o Barça tem sido o melhor clube do mundo no século XXI, e esse grande sucesso não é para qualquer um, não é nada fácil. O melhor que poderia acontecer agora é a demissão da diretiva, e começar com outro novo projeto para nos regenerar.

Sobre Lionel Messi, como você viu sua recente situação no clube?

Quando soubemos do seu desejo de ir embora, ficamos bastante tristes. É o melhor jogador da história e nos deu muitos anos de glória. Ele merece tudo de bom. Não foi bem tratado pelo clube, pois o clube não fez um projeto competitivo ao nível do que o melhor jogador do mundo merecia. Para nossa sorte, ele mudou de ideia. Mesmo assim, o Barça precisa de uma boa regeneração, novos projetos, e estou certo de que a nossa torcida no Brasil continuará crescendo sem parar.

Por Carla Samon Ros

Traduções para o catalão, o inglês e o espanhol

Esta notícia foi traduzida, de forma automática, para as línguas catalã, inglesa e espanhola. Aos poucos, a nova equipe de edição e revisão do portal Aqui Catalunha se encarrega de editar e aperfeiçoar as traduções.

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