Milhares de pessoas voltaram a sair às ruas de algumas cidades de Israel para exigir um acordo que permita a libertação dos reféns retidos em Gaza desde o ataque das milícias palestinas em 7 de outubro de 2023 e para alertar o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, sobre o risco de uma operação terrestre contra a cidade de Gaza.
A mobilização mais importante foi em Tel Aviv, onde os participantes interpelaram o presidente norte-americano, Donald Trump, para facilitar um acordo. A principal faixa da concentração, realizada na Praça dos Reféns, dizia: “Presidente Trump, salve os reféns agora!”
Entre aqueles que tomaram a palavra estava a ex-refém Ilana Gritzewsky, que lamentou ainda estar em cativeiro e lembrou do refém Maten Zangauker, que ainda está retido: “Eu o vejo faminto, sedento, fraco. Eu me pergunto se ele se lembra de como é minha voz, como eu sou”, disse, conforme publicado pelo jornal The Times of Israel.
Gritzewsky acusou Netanyahu de prolongar o cativeiro dos 48 reféns restantes por motivos políticos: “Enquanto matam e os reféns continuam na escuridão, o primeiro-ministro se agarra à cadeira. O inimigo nos sequestrou, mas quem nos mantém lá por mais 701 dias são vocês, aqueles que tomam as decisões.”
“Vocês não fizeram tudo o que podiam. Não fizeram o suficiente. Porque, se tivessem feito, eles já estariam aqui”, afirmou antes de acusar o governo de trair seus cidadãos.
Também esteve presente Orna Neutra, mãe do militar sequestrado e morto Omer Neutra, que criticou o plano de assaltar a cidade de Gaza: “O Conselho de Ministros decidiu tomar Gaza sem planejar como evitar que matem os reféns. Quem não der respostas hoje sempre carregará a mancha da vergonha.”
Sexta-feira foi divulgada uma imagem de outro refém, Alon Ohel. A mãe, Idit Ohel, explicou ao Canal 12 que mal consegue reconhecer seu filho no vídeo de propaganda publicado pelas milícias do Movimento de Resistência Islâmica – as Brigadas Ezzeldin al Qassam.
“Passamos um fim de semana muito complicado vendo meu filho. Há momentos em que mal consigo reconhecê-lo”, afirmou, em referência ao vídeo em que também aparece Guy Gilboa-Dalal. “Sua voz está quebrada. É evidente que ele não está bem. Ele não consegue ver com o olho direito e não consegue focar a visão”, disse. “Por um lado, foi emocionante depois de tanto tempo sem vê-lo, mas, por outro, foi muito difícil”, acrescentou.
Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.