Nesta quarta, a conselheira do Departamento de Saúde do governo catalão, Alba Vergés (foto), denunciou que materiais sanitários para hospitais da Catalunha, como máscaras, estão sendo confiscados em Madrid. Durante a coletiva de imprensa sobre a situação da crise do coronavírus na Catalunha, Alba afirmou “não entender como, em momentos assim, isso possa ser feito, já que a prioridade é que os médicos e os centros hospitalares tenham os materiais necessários”.
A denúncia da conselheira de Saúde da Generalitat de Catalunya não foi a única. O prefeito de Igualada, cidade situada a cerca de 60 km ao oeste de Barcelona, criticou o fato de 4000 máscaras, que tinham como destino o Hospital d’Igualada, estarem retidas em Madrid. “Exijo responsabilidade a todas as administrações para que isso seja resolvido. Se o hospital pede máscaras, é porque precisa”, destacou o prefeito.
No Twitter, o presidente do Colégio de Médicos da Catalunya (Col·legi de Metges de Catalunya), Jaume Padrós, enfatizou a urgência em garantir a proteção individual para todos os profissionais dos centros médicos. Padrós também afirmou que a atual situação piorou desde a aprovação do decreto de estado de alarme por parte do Conselho de Ministros do governo espanhol. De acordo com esse decreto, o estado de alarme deverá durar, no mínimo, 15 dias. Além disso, determina que o governo da Espanha será “a única autoridade competente em todo o território”, conforme verbalizado no dia 14 de março pelo líder do governo do Estado espanhol, Pedro Sánchez. Um decreto de centralização de competências que contará com o envolvimento dos ministérios de Defesa, do Interior, dos Transportes e da Saúde.
O decreto de estado de alarme contraria, assim, a proposta feita pelo presidente catalão Quim Torra, a favor do confinamento total da Catalunha. A ideia, porém, foi rechaçada por Pedro Sánchez: “O vírus não entende de diferenças territoriais, de fronteiras, nem de ideologias e nem de cores”, justificou o líder espanhol.
Por meio desse decreto, todas as compras de materiais sanitários passam a estar centralizadas a partir de Madrid. Uma das consequências é a má distribuição deles, gerando, portanto, escassez nos centros médicos, como pode ser visto nesta matéria publicada pelo jornal Vilaweb.
Seja assinante do Aqui Catalunha