Mais de duzentos cargos institucionais e personalidades do âmbito do euskera se concentraram hoje em frente ao Tribunal Superior de Justiça do País Basco, em Bilbao, para denunciar o ataque do poder judiciário espanhol contra a língua. A manifestação, convocada pelo Euskalgintzaren Kontseilua, reuniu centenas de cargos e vereadores.
A convocatória é uma resposta à última sentença do Tribunal Supremo espanhol, que ratificou a decisão de anular alguns artigos do decreto que regula o uso do euskera nas entidades locais. Segundo a secretária geral do Kontseilua, Idurre Eskisabel, essa resolução nega aos municípios o direito de desenvolver uma política linguística própria e representa “um ataque direto contra a vontade democrática da maioria da sociedade e contra as instituições bascas”.
No evento, foi feito quase três minutos de silêncio e foi lida uma declaração conjunta denunciando a situação judicial atual. Eskisabel destacou que já existem cerca de trinta sentenças que impedem avançar na normalização do basco: desde a anulação de ofertas públicas de emprego até resoluções contra leis aprovadas pelo parlamento basco com amplo acordo. Isso – destacam – enfraquece o autogoverno e a capacidade legislativa das instituições bascas.
Também foi denunciado que as sentenças adotam os argumentos da Vox, e foi lembrado que o euskera está em situação de emergência linguística. “A sociedade basca não pode se limitar a resistir aos ataques. É preciso passar para a ofensiva, garantir a segurança jurídica e dar um salto nas políticas linguísticas”, disse. Por fim, foi feito um apelo para responder com unidade e reforçar o consenso social a favor da língua própria. “Precisamos do euskera e o euskera precisa de nós. É hora de ir além e abrir uma nova etapa de revitalização”, concluiu.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*