Líder do governo espanhol volta a recusar diálogo com Quim Torra

Mais publicações

Pela quarta vez nestes últimos quatro dias, Pedro Sánchez volta a recusar diálogo com o presidente da Catalunha. Desde o início das grandes manifestações, que protestam contra a sentença do Tribunal Supremo espanhol aos líderes civis e políticos catalães (100 anos de prisão, no somatório, pela realização do referendo de autodeterminação), muitas críticas têm sido as  feitas à atuação dos membros da Polícia Nacional espanhola e dos Mossos d’Esquadra, já que, em muitos casos, usaram a violência de maneira aleatória e injustificada.

Editorial relacionado: Onde a imprensa brasileira está falhando em relação à Catalunha?

Pedro Sánchez impõe condições para diálogo

À espera das eleições nacionais marcadas para o dia 10 de novembro, o líder do governo espanhol, em condição interina, exige que Quim Torra “condene a violência dos últimos dias”. O presidente catalão, porém, já havia dito claramente que “a violência não representa o movimento independentista”, como pode ser visto neste vídeo legendado pelo Aqui Catalunha. Entretanto, para a cúpula do governo espanhol, as palavras de Quim Torra “não são suficientemente convincentes” e, por esse motivo, Pedro Sánchez se nega a atender às ligações feitas pelo líder catalão. De fato, o Ministro de Interior do governo espanhol, Fernando Grande-Marlaska, afirma que, na Catalunha, “há um problema de ordem pública”, e não um problema político.

Nessa segunda, meios de comunicação de diversas partes do mundo destacaram a falta de vontade de Pedro Sánchez de estabelecer um diálogo com Quim Torra. O canal global de informações em inglês da alemã Deutsche Welle publicou: “O governo espanhol rejeita as ligações do presidente da Catalunha, enquanto milhares de manifestantes, majoritariamente pacíficos, tomam as ruas de Barcelona”. O francês Le Monde destaca os “apelos à calma e ao diálogo na Catalunha”, e as “tentativas do líder da Catalunha de negociar com o governo espanhol”. O Al Jazeera News descreve: “Governo espanhol rejeita ligações do governo da Catalunha para conversas sobre os protestos violentos”. A tentativa de diálogo feita por Quim Torra também foi destaque na CNN International: “Presidente da Catalunha apela ao diálogo com o governo espanhol depois de quinta noite de violência”. Ainda ontem, o líder do governo da Espanha fez uma visita ao Hospital de Sant Pau, em Barcelona, para ver os policiais que sofreram ferimentos durante as manifestações. A visita de Sánchez, porém, não foi bem aceita. Além de uma massiva presença de manifestantes na região, os funcionários do hospital vaiaram o líder espanhol que, além de rechaçar diálogos com Quim Torra, não se dispôs a ver os manifestantes gravemente feridos. A visita ao centro hospitalar durou pouco, e foi marcada por gritos de “Pouca vergonha, pouca vergonha!”.

Hoje, o presidente da Catalunha, depois de sua quarta ligação feita a Pedro Sánchez, compareceu ao Palau de la Generalitat de Catalunya para reiterar que “seu governo condena a violência e que o movimento independentista não é violento”. Também fez um apelo à “serenidade, à determinação, ao civismo e à não-violência”, além de reivindicar “o exercício dos direitos fundamentais, como o da liberdade de reunião e de expressão”. Quim Torra também explicou que apresenta um “acordo de governo” que “convida Pedro Sánchez a começar um diálogo sem condições”, em que as duas partes “exponham os caminhos para solucionar o conflito político”. O presidente catalão adiantou que o governo “defenderá o direito à autodeterminação”.

CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Cadastre-se para receber as novidades do Aqui Catalunha

- Publicidade -

Notícias recentes no portal

- Publicidade -