Nesta quarta-feira, Carlos Carrizosa disse “acreditar que tenha chegado a hora de uma nova aplicação do Artigo 155 da Constituição espanhola”. Em outras palavras, o líder da oposição no Parlamento da Catalunha se mostrou a favor de uma nova suspensão do governo catalão. Carrizosa justifica seu apoio a uma nova intervenção com base no suposto apoio do presidente da Generalitat de Catalunya, Quim Torra, a atividades terroristas que teriam sido planejadas pelos sete cidadãos independentistas presos no dia 26 de setembro. O líder do partido Ciudadanos, que propôs uma moção de censura ao presidente da Catalunha, a ser debatida na próxima segunda-feira, afirmou, sem provas, que os membros dos CDRs (Comitês de Defesa da República) “planejavam ocupar o Parlamento catalão entre o dia 3 de outubro e a data da divulgação das sentenças”. Além disso, Carrizosa disse que “também planejavam ativar bombas na Catalunha”, e que “graças à ação da Guarda Civil, isso foi evitado”.
Recentemente, Ciudadanos acusou as delegações do governo catalão no exterior de “fazer propagandas separatistas que denigrem a imagem da Espanha“, e o atual presidente da Generalitat de Catalunya de “liderar comandos separatistas violentos”. Com a aproximação do anúncio das sentenças contra os líderes independentistas e das próximas eleições gerais, marcadas para o dia 10 de novembro, a tentativa de criminalizar o movimento independentista aumenta. No último domingo, Quim Torra defendeu o pacifismo do movimento independentista, mas Pedro Sánchez, líder interino do governo espanhol, voltou a ameaçar o governo catalão com uma nova aplicação do Artigo 155. No mesmo dia, Carles Puigdemont denunciou “uma guerra jurídica orquestrada pelo Estado espanhol para manipular a ordem de detenção europeia”. Dias intensos virão.