Indian Express publicou, nessa quinta-feira, um artigo sobre o movimento independentista catalão, e o fez com base na luta de Gandhi pela independência da Índia. De acordo com o colunista responsável pela publicação, o filósofo político de origem iraniana e professor na Jindal Global Law School, Ramin Jahanbegloo, “a Catalunha está, nestes momentos, dando uma mensagem global”. Esses momentos são descritos pelo professor como gandhianos: “O momento gandhiano da Catalunha está mostrando ao mundo que a democracia está além de instituições, de leis e de governar com base em eleições e deputados”.
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Segundo o autor da comparação, “a vida de Gandhi segue inspirando pessoas de todo o mundo, mudou a Índia e o mundo com sua visão de compaixão, tolerância e paz”. Também afirma que o célebre indiano, por meio do movimento independentista catalão, “tem deixado sua marca na vida política espanhola”.
Nas últimas semanas, o independentismo catalão tem sido acusado pelo governo espanhol, pela oposição parlamentar na Catalunha e pela imprensa espanhola de “terrorismo”. A mais recente onda de acusações tem sua origem na detenção de nove cidadãos ligados aos Comitês de Defesa da República, inicialmente acusados, sem provas sólidas, de “rebelião, posse de explosivos e terrorismo”. Finalmente, sete deles foram presos de forma incondicional, sob acusação final de “terrorismo”. Os ataques, porém, não são compartilhados pela publicação de Indian Express: “Longe de ser utópica, a ideia de Gandhi de uma política ética fundamentada na não-violência continua a ser o caminho mais prático para democratizar as democracias mais liberais que tendem a esquecer os valores fundamentais. E isso é evidente na luta política não violenta na Catalunha“.
Manter a firmeza e a esperança, esse é o momento Gandhiano
A publicação incentiva os catalães independentistas a “não caírem no desânimo”, apesar das dificuldades: “O melhor recurso é manter a firmeza e a esperança, essa é a essência do momento Gandhiano na Catalunha. A sutileza subversiva e a ternura radical da não-violência catalã não apenas revitaliza a vida pública na Catalunha, mas também contribui para uma transformação radical da maneira espanhola e europeia de pensar e viver a democracia”.
Ao fim do artigo, Ramin Jahanbegloo diz que “quando os cidadãos se unem e têm vontade de pensar por si mesmos, já estão no caminho da independência”. Por último, o “estilo Gandhiano” é apontado pelo professor como “o imperativo moral e fundamento intelectual da luta política da Catalunha”.
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