O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou que ordenou ao exército que construa uma “cidade humanitária” ao sul de Gaza com o objetivo de concentrar cerca de 600.000 palestinos. A área estará localizada em Rafah, perto do corredor de Morag, e estará sob controle militar israelense.
Katz detalhou que, em uma primeira fase, o campo abrigará deslocados palestinos de Al Mawasi e de outros pontos da faixa. Para acessar, será necessário se registrar e passar por um processo de investigação para impedir a entrada de membros do Hamas. Uma vez dentro, não será permitido sair, exceto para emigrar para fora de Gaza, conforme explicado pelo ministro.
O plano também inclui que as áreas serão patrulhadas por tropas israelenses a certa distância e gerenciadas por organismos internacionais. Haverá quatro pontos de distribuição de ajuda. No entanto, nenhuma agência internacional com presença consolidada em Gaza confirmou participação neste projeto. Na verdade, a Fundação Humanitária de Gaza – a única que colabora atualmente com o exército israelense – se desvinculou completamente do projeto. “A GHF não tem previsto nem aplicará qualquer zona humanitária de trânsito agora ou no futuro”, disse em comunicado. Também negou a autenticidade do documento atribuído à fundação por alguns meios.
Katz enfatizou que o objetivo final é incentivar a população palestina a deixar Gaza voluntariamente. Ele ressaltou que essas áreas não serão governadas por Israel, mas destacou que a iniciativa deve ser cumprida. Em caso de acordo com o Hamas para a libertação de reféns e uma trégua de sessenta dias, a construção da cidade começaria durante esse período.
Enquanto isso, Israel afirma que já controla 70% do território de Gaza. O projeto foi amplamente criticado por organizações de direitos humanos, que consideram equivaler a uma política de deslocamento forçado.
*Este texto é uma tradução do artigo original publicado em Vilaweb, utilizado para fins informativos.*