Investigadores catalães fazem descoberta sobre estrela de Barnard

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Um grupo internacional de astrônomos, liderado por Ignasi Ribas, investigador do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha, descobriu um planeta que pode reunir condições para a existência de vida fora do nosso sistema solar. Trata-se de um planeta com massa 3 vezes maior que a da Terra, e orbita a estrela de Barnard, uma anã vermelha, mais antiga que o nosso Sol, e uma das mais próximas de nós, a somente seis anos-luz de distância. Depois de duas décadas analisando os movimentos da estrela, os investigadores catalães situaram essa superterra próximo à chamada ‘linha de gelo’, ou seja, a distância em relação à estrela a partir da qual a água que pudesse haver estaria congelada. O planeta leva 233 dias para completar o trajeto ao redor da estrela. A descoberta será publicada nesta quinta-feira, na revista Nature.

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O histórico da investigação da estrela

Investigadores catalães descobrem uma superterra fria orbitando a estrela de Barnard - Aqui Catalunha - planeta
A estrela Barnard e o planeta descoberto estão a seis anos-luz de nós

Desde 1997, diferentes instrumentos coletaram uma grande quantidade de medidas do movimento sutil que acontecia próximo à estrela. No ano de 2015, uma análise de todos os dados obtidos sugeriu que o movimento poderia ser causado por um planeta com uma órbita de 230 dias, mas ainda faltavam mais análises. Para que a hipótese fosse confirmada, foram utilizados espectrômetros de alta precisão, como o Carmenes, do Observatório de Calar Alto, na Espanha. A técnica consiste em usar o efeito Doppler da luz da estrela, a fim de medir as variações em sua velocidade com o tempo.

Após a análise de todas as informações, antigas e novas, chegou-se à certeza de 99% de que há um objeto [planeta] real, com uma órbita de 233 dias. De acordo com Ignasi Ribas, “é a única explicação que combina com as observações, mas é preciso haver prudência, pois as variações naturais do brilho da estrela devido aos seus ciclos de atividade podem produzir efeitos semelhantes aos detectados.”

Mais participação catalã na descoberta

Além da investigação liderada por Ignasi Ribas, nascido em Manresa [município situado na província de Barcelona], o telescópio Joan Oró, do Observatório Astronômico de Montsec, e administrado pelo Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha, forneceu medidas fotométricas da estrela de Barnard, quase todas as noites, durante cinco meses. A análise, coordenada com o uso simultâneo de outros telescópios, permitiu descartar que o sinal observado fosse emitido pela estrela, indicando, assim, a existência do planeta.

Quem é Ignasi Ribas?

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Ignasi Ribas, coordenador da equipe responsável pela descoberta da superterra

Ignasi Ribas (Manresa, 1971) assumiu a direção do Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha em 2017, e uma de suas apostas é o projeto com nanossatélites. O físico e astrônomo catalão é especialista em exoplanetas, e já descobriu muitos deles. Uma de suas descobertas foi a existência de água e e outros compostos químicos na atmosfera de um exoplaneta gigante. Foi Ignasi Ribas quem descobriu, também, que o Sol era até 1000 vezes mais ativo no passado, e analisou como isso afetou a Terra e outros planetas do nosso sistema. Em 2016, obteve reconhecimento mundial por seus estudos sobre a habitabilidade do exoplaneta Proxima Centauri b, próxima à estrela mais próxima do nosso Sol, a Proxima Centauri, uma anã vermelha.

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