O independentismo escocês conquistou a maioria absoluta nas eleições parlamentares da última quinta-feira, e tem à vista seu maior desafio: a realização de seu segundo referendo de autodeterminação, contra a vontade do governo em Londres, liderado pelo conservador Boris Johnson. Das 129 cadeiras possíveis que as forças independentistas escocesas poderiam conquista, o Partido Nacional Escocês (SNP) e o Partido Verde Escocês conquistaram, juntos, 72, uma quantidade acima das 65 cadeiras necessárias para a obtenção da maioria em Holyrood.
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“Um resultado extraordinário e histórico”
A vitória do bloco independentista nas eleições foi considerado pela líder escocesa, Nicola Sturgeon, “um resultado extraordinário e histórico”. Em termos gerais, o independentismo escocês ampliou sua maioria, de 69 a 72. O partido da Primeira-Ministra da Escócia terá 64 deputados na Câmara. Por outro lado, o terceiro partido independentista que disputou as eleições, o Alba, do ex-líder do SNP Alex Salmond, não obteve votos suficientes, e não terá representação na Câmara escocesa. Em relação ao bloco a favor da permanência da Escócia no Reino Unido, o Partido Trabalhista, o Partido Conservador e o Partido Liberal Democratas conquistaram, ao todo, 57 cadeiras.
Sturgeon promete trabalhar pelo referendo “após a crise da COVID”
Clara vencedora das eleições, a Primeira-Ministra garantiu que buscará um novo referendo de independência “após a crise da COVID”. Além disso, Sturgeon afirmou que o referendo “não é apenas uma demanda sua ou de seu partido”, mas sim “a vontade do país“.
A Primeira-Ministra disse, após a divulgação dos resultados, que a “missão imediata” é “garantir a segurança de todos”, já que “a pandemia ainda não foi derrotada”. Sobre a vitória do bloco independentista, Sturgeon a descreveu como “a constatação de que a maioria dos escoceses apoia uma visão de futuro progressista e inclusiva”, e descreveu que a autodeterminação escocesa, “que deverá ser exercida após a pandemia”, é uma “questão de princípios democráticos“.
Em 22 de março deste ano, o Ministro de Assuntos Constitucionais do governo escocês e presidente do SNP, Michael Russell, assinou um projeto de lei que permite à Escócia a realização do segundo referendo de independência. No documento, o Ministro explica que “o governo escocês acredita que o povo da Escócia tem o direito de decidir como se recupera da pandemia, e que tipo de país desejam construir após a crise”.
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