Mobilizados contra o julgamento aos líderes independentistas catalães, cidadãos de todas as partes da Catalunha paralisaram o território nesse dia 21 de fevereiro. A greve geral no território catalão foi a segunda maior dos últimos dez anos, somente superada pela que ocorreu no dia 3 de outubro de 2017, que teve por objetivo protestar contra as ações espanholas durante no referendo de autodeterminação de 1º de outubro. No último sábado, mais de 200 mil pessoas participaram de uma manifestação em Barcelona, promovida por diferentes entidades e partidos políticos independentistas.
Vias fechadas e adesões diversificadas
Durante a madrugada e até as dez horas da manhã, manifestantes dos CDRs (Comitês de Defesa da República) haviam bloqueado quinze avenidas e ruas nas quatro províncias da Catalunha. O número foi fornecido pelo Departamento de Interior da Generalitat de Catalunya. Ainda pela manhã, centenas de manifestantes percorreram, a pé, o trajeto de mais de 20 km entre Banyoles e Girona.
De acordo com o porta-voz da Intersindical-CSC, Sergi Perelló, a greve geral na Catalunha contou com uma massiva adesão das universidades, do setor sanitário, dos mercados municipais e meios de comunicação. Segundo o governo catalão, a greve contou com a participação de 68% dos funcionários do transporte público e de universidades, 29% do setor de ensino, e 30% do comércio.
As concentrações e caminhadas tiveram sua intensidade e fluxo aumentados a partir da primeira hora da tarde. A mobilização mais importante aconteceu em Barcelona, mas as de Girona, Lleida e Tarragona também foram especialmente significativas. A circulação nas linhas de trem também foi interrompida. Em relação ao trânsito na área metropolitana de Barcelona, houve um declínio de 11,4% em seu volume.
Intervenções da polícia
Em diversos pontos de manifestação pelo território catalão, agentes policiais tiveram de intervir para desbloquear caminhos. De acordo com o Serviço de Emergências Médicas da Generalitat de Catalunya (SEM), em sua última atualização do dia no Twitter, houve 44 atendimentos a feridos envolvidos na greve geral, entre eles 7 policiais.
O ápice da mobilização
As últimas horas da tarde foram marcadas pelas manifestações unitárias e multitudinárias. De acordo com a ANC (Assembleia Nacional Catalã), o número total de manifestantes somente em Barcelona, no período da mobilização unitária, foi de 200 mil. Em Girona, a adesão à greve bateu um recorde: cerca de 70 mil cidadãos se manifestaram contra o julgamento aos líderes políticos e civis catalães envolvidos na realização do referendo. O número supera os 60 mil que se mobilizaram em 3 de outubro de 2017. Em Tarragona, mais de 8 mil pessoas foram às ruas. Em Lleida, calcula-se uma participação popular nas ruas de mais de 5000 integrantes.
Para quem quiser assistir à cobertura da greve, este é o vídeo.