Nesta terça-feira, a porta-voz do governo espanhol, María Jesús Montero, impôs “limites” ao presidente da Catalunha, Pere Aragonès. Um dia após a cerimônia de posse do novo líder do governo catalão, Montero disse que “todas as formações políticas sabem perfeitamente os limites que o Conselho de Ministros e o presidente do governo [espanhol] estabeleceram em relação às aspirações que possa ter o governo da Catalunha”.
As palavras de Montero se referem à chamada Mesa de Diálogo entre os governos da Catalunha e da Espanha. A porta-voz espanhola comentou que, “em breve”, Pere Aragonès e Pedro Sánchez se reunirão oficialmente para “tratar de questões que permitam reforçar os laços efetivos entre Catalunha e Espanha”.
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Os indultos aos líderes independentistas catalães, “em tramitação”
A porta-voz do governo espanhol também explicou que o possível indulto aos líderes independentistas catalães está “em vias de tramitação”, e afirmou que “quando o governo tiver a documentação pertinente, tomarão uma decisão”.
Ainda em relação ao tema, o líder do governo espanhol, Pedro Sánchez, disse que a decisão será guiada pelos “valores constitucionais da convivência, da concórdia, do reencontro e do entendimento”, e “não pela vingança”. Nesse sentido, Pedro Sánchez, que já acusou o anterior presidente da Catalunha, Quim Torra, de judicializar o conflito político entre Catalunha e Espanha, criticou a “falta de lealdade” do PP (Partido Popular) por querer levar a possível concessão de indulto aos tribunais.
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Sánchez relembrou que seu partido, PSOE, foi “leal” ao PP de Mariano Rajoy em 2017 na aplicação do Artigo 155, que fulminou o governo catalão, então liderado pelo exilado Carles Puigdemont: “Apoiei a aplicação do Artigo 155, que suspendia a autonomia da Catalunha para defender a integridade territorial do país, e porque considerei ser uma questão de Estado. Quem dera tivesse a lealdade que Mariano Rajoy recebeu do PSOE”, lamentou Sánchez.